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terça-feira, 13 de agosto de 2013

MPL reforça protesto contra Alckmin

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e seu partido, o PSDB, serão alvos do protesto que acontecerá amanhã na capital paulista, organizado após denúncias de suposto cartel na gestão paulista, em licitações do metrô e da CPTM. A concentração será às 15h, no Vale do Anhangabaú.
A manifestação foi convocada pelo Sindicato dos Metroviários, que participou dos protestos organizados pelo Movimento Passe Livre (MPL) em junho. O presidente da entidade, Altino dos Prazeres Junior, é ligado ao PSTU e tem proximidade com o PSOL.

O MPL aderiu ao protesto e integrantes do grupo reuniram-se ontem com sindicalistas, na quadra do sindicato, na zona leste da capital, para pintar cartazes e faixas contra a máfia do transporte público. O grupo, com dez pessoas, confeccionou um boneco careca, representando Alckmin.
Desde a revogação do aumento da tarifa do transporte público em São Paulo, o MPL evitou participar de manifestações com pautas difusas, organizadas por entidades de classe e pelo Black Bloc, grupo que se diz anarquista.

Segundo Monique Felix, representante do MPL, o grupo continuou ativo em julho em atos na periferia. "Nós não participamos de manifestações que não tinham pautas concretas, do cotidiano. São protestos válidos, mas não vamos participar de todos. Amanhã vamos para protestar contra a forma como o transporte público é tratado, como mercadoria", disse. "Não será um ato pedindo "fora Alckmin", mas será para contestar a lógica privatista do sistema de transporte e para exigir que o dinheiro público seja investido em transporte público", afirmou.

O ato, no entanto, deve ganhar contornos políticos contra o PSDB, que está há cinco gestões consecutivas no governo paulista. As denúncias recaem contra as gestões do já falecido Mario Covas, de José Serra e de Alckmin.

Como começou o escândalo da propina tucana?
Em maio deste ano, a Siemens teria feito denúncias ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), o órgão antitruste do governo federal. Em troca de punições menos severas, a empresa teria reconhecido que pagou propinas a autoridades de diferentes governos do PSDB em São Paulo e que teria formado cartel com outras empresas, como Alstom, Bombardier, CAF e Mitsui.

As fraudes aconteceram em licitações públicas para venda e manutenção de metrôs e trens metropolitanos durante os governos de Mario Covas, José Serra e Geraldo Alckmin, em São Paulo, nos anos 1990 e 2000.

Segundo as denúncias publicadas pela revista IstoÉ, a Siemens subcontratava empresas no Brasil para pagar propinas a políticos e diretores de empresas públicas. Outra vertente do esquema usava contas no exterior, em paraísos fiscais.

Outra acusação é referente à formação de propina. As multinacionais combinavam entre si quem ganharia e quem perderia concorrências públicas em mais de 30 países, para conseguir forçar os preços a serem superfaturados. Esse esquema teria sido usado nos metrôs de São Paulo e Brasília.

Quatro órgãos diferentes estariam envolvidos nas investigações: Conselho Administrativo de Defesa Econômica, Ministério Público Federal, Ministério Público Estadual de São Paulo e Polícia Federal.

Na Alemanha, a Siemens foi condenada em 2006 por pagamento de propina a autoridades no exterior e multada em mais de US$ 1,4 bilhão. O escândalo foi um dos maiores da história corporativa do país.

Algumas das investigações começaram no Brasil a partir da denúncia do pagamento de propinas a brasileiros feita à Justiça alemã em 2008 por um funcionário da Siemens.

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