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sexta-feira, 16 de agosto de 2013

PODE TER HAVIDO CORRUPÇÃO, MAS AÍ É PESSOAL, DIZ FHC

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Embora existam indícios veementes de que a propina arrecadada pelos tucanos junto à Alstom, por meio do atual vereador Andrea Matarazzo, tenha contribuído para a própria reeleição de FHC, em 1998, o ex-presidente FHC diferenciou o caso do metrô do chamado mensalão; "não apareceu o PSDB recebendo dinheiro, não comprou ninguém", afirmou; outro personagem envolvido no escândalo, José Luiz Portella, foi peça central na articulação da emenda da reeleição, manchada pela compra de votos; FHC ainda defendeu José Serra; "ele fez o anticartel, processou a Siemens e quem ganhou foi a CAF; saiu 15% mais barato"; evidências apontam que desvios no metrô, no entanto, fizeram parte de um projeto partidário, e não pessoal

247 – Um dos personagens citados no caso Siemens, José Luiz Portella, teve participação direta na articulação da emenda que garantiu a reeleição do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (leia mais aqui), num processo marcado por suspeitas de compras de votos. Outro tucano graúdo, Andrea Matarazzo, foi indiciado pela Polícia Federal por supostamente ter coletado propinas junto à empresa Alstom. Há indícios fortes de que os recursos foram usados na campanha de FHC, em 1998, segundo registros do próprio comitê tucano (leiaaqui). 
Contra as evidências, no entanto, FHC afirma que a corrupção do metrô, comandada pelo tucanato paulista, é diferente da ocorrida no chamado mensalão.  "Não tem nada a ver" com o mensalão, disse ele. "Não apareceu o PSDB recebendo dinheiro, não comprou ninguém. Pode ter havido corrupção, mas aí é pessoal", afirmou.
O nome de José Serra (PSDB) foi formalmente envolvido no caso de cartel delatado pela Siemens. Segundo o diretor Nelson Branco Marchetti, o então governador de São Paulo e seu secretário de Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella, sugeriram à multinacional alemã um acordo em 2008 para evitar que uma disputa empresarial travasse uma licitação da CPTM.
De acordo com a mensagem do executivo da Siemens, Serra avisou que a negociação seria cancelada, mas disse que ele e Portella "considerariam" outras soluções para evitar que a disputa provocasse atraso na entrega dos trens. Uma das saídas apresentadas seria a CAF dividir a encomenda com a Siemens, ou encomendar à alemã componentes dos trens.
"O Serra fez o anticartel. Processou a Siemens e quem ganhou foi a CAF [empresa espanhola que disputava a licitação]. Saiu 15% mais barato", defendeu FHC.
Nas reportagens sobre a compra de votos da reeleição, Portella é citado por Ronivon Santiago, um dos deputados que teria sido comprado por R$ 200 mil, como um dos articuladores da liberação de verbas no Ministério dos Transportes. Matarazzo, por sua vez, tornou-se ministro de FHC e depois embaixador em Roma, mesmo sem pertencer aos quadros do Itamaraty. Seu papel na arrecadação do caixa dois de campanha foi confirmado pelo então tesoureiro de FHC, Luiz Carlos Bresser Pereira.
Ou seja: tudo indica que os desvios no metrô fizeram parte de um projeto de poder político – e não apenas de desvios pessoais e pontuais de conduta.

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