O ilustre amigo, a ilustre amiga lembra de ter votado em Alexandre Tombini para a Presidência da República?
Pois
fique sabendo que uma misteriosa fonte no Palácio do Planalto diz que a
Presidenta Dilma Rousseff abriu mão dos seus poderes que o povo lhe
conferiu e vai levar ao senhor Alexandre Tobini as decisões sobre
reajuste de combustìveis e, pasmem, discutir a sugestão de revogar a
participação mínima obrigatória de 30% da Petrobras na exploração do
pré-sal!
Isto
seria, segundo o texto que relata esse delírio no Valor, uma forma de
aliviar a “imensa demanda por investimentos” da estatal, necessária para
extrair os bilhões de barris de petróleo do nossas jazidas.
A
matéria é obviamente plantada por alguém do BC para ser oferecida (ou
aparentar ter sido) por algum desqualificado/a que faz qualquer coisa
para apresentar-se como “uma fonte qualificada do Palácio do Planalto”.
Primeiro,
porque se a presidenta quiser perguntar – perguntar, não submeter –
algo ao presidente do Banco Central, levanta o telefone, pergunta e
ninguém, além do Obama, fica sabendo.
Segundo,
porque foi exatamente ela, Dilma, quem mais batalhou para a garantia do
percentual mínimo de 30% para a Petrobras e, portanto, seria ela a
última a querer revogar até mesmo essa garantia parcial de que o
petróleo seja brasileiro.
Qem
não quer isso é o Serra, o Aécio, a Miriam Leitão, o Arnaldo Jabor e,
ao que parece, alguém bem situado no Banco Central e esta “fonte
qualificada” do Planalto que, a esta altura, está louca para mostrar
prestígio a uma chefe que nem mais dá bom dia a ela.
Desde
que foi descoberto o pré-sal, em 2007, Dilma é a pessoa que mais sabe
do volume de investimentos necessários para a empreitada de extraí-lo.
Afinal, ela presidia o Conselho de Administração da Empresa. E foi ela
que costurou o novo marco regulatório – inclusive com a garantia de 30%
para a Petrobras – aprovado no Congresso.
Fico
impressionado que uma repórter experiente como Cláudia Safatle, que
conhece bem o Banco Central desde os tempos de Gustavo Franco, my boy de
Fernando Henrique Cardoso, dê trela a esse balão de ensaio, lançado
para ver se “há chance” de mencionar “de leve, indireta e
metaforicamente” essa ideia com a Presidenta.
A
reação de Dilma eu prefiro deixar que o Jeferson Monteiro, do Dilma
Bolada, descreva. Ele é bem melhor em imaginar as descomposturas e o
“passa-fora” que iria levar quem propusesse o que não são apenas
usurpações do poder presidencial mas, além disso, uma violação aos
compromissos políticos e de consciência de Dilma Rousseff.
A “fonte qualificada” já levou várias destes, mas finge que está prestigiada.
Mas
Tombini, do BC, em sua campanha para se tornar o “queridinho do
mercado” está arriscado a ouvir: Dr. Tombini, o senhor foi eleito
presidente da República? O petróleo é seu, por acaso? Não? Então, o
senhor me desculpe, que eu estou muito ocupada, trabalhando.
Fernando Brito no Tijolaço
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