247 - Qual é a mão que balança o berço do 7 de setembro? Cercado de expectativa,
o próximo feriado da Independência deve marcar a reabertura da
temporada de protestos no País. Manifestações convocadas pelas redes
sociais projetam que 4,6 milhões de brasileiros poderão ir às ruas, em
147 cidades brasileiras. Grupos mais radicais já falam até, de forma
explícita, em promover quebra-quebra.
Mas será que são manifestações
autônomas da "cidadania" ou há uma articulação política por trás dessas
convocações? Uma reportagem da revista Carta Capital publicada deste fim
de semana ("O desfile golpista", de André Barrocal) lança algumas luzes
sobre essa movimentação. Segundo o texto, entre os agitadores do 7 de
setembro estão a ONG "Brazil No Corrupt", ligada à família do deputado
homofóbico Jair Bolsonaro (PP-RJ), que defende abertamente o regime
militar de 64, e um militante virtual na internet. Ele se chama Ari
Nogueira e já trabalhou no gabinete do deputado estadual Valdir Rossoni
(PSDB-PR), que comanda há anos a Assembleia Legislativa do Paraná – Ari,
que usa no Twitter o pseudônimo Ary Kara, estaria sendo investigado por
ser um dos funcionários fantasma do Legislativo paranaense, lotado no
gabinete de Rossoni.
De acordo com o texto de Barrocal,
os núcleos que organizam os protestos estão no Rio e no Paraná, agindo
com nítidas intenções golpistas. Desta vez, a presidente Dilma seria um
dos alvos principais de um movimento que vem sendo chamado de "Operação
Sete de Setembro". Não se sabe se o plano vai funcionar, mas uma coisa é
certa: ao contrário dos acontecimentos de junho, o movimento nada tem
de apartidário", diz a reportagem.
O texto já gerou, é claro, reações
nas redes sociais. Homofóbica, a ONG Brazil No Corrupt criticou a
revista e seus "cu mpanheiros". Mas o grupo Anonymous também se viu
forçado a divulgar nota para negar qualquer caráter partidário na
"Operação Sete de Setembro":
Nota Explicativa sobre a #OperacaoSeteDeSetembro Maior Protesto da História do Brasil
A ideia da #OperacaoSeteDeSetembro é APARTIDÁRIA, ou seja, está acima dos interesses políticos de partidos específicos. Se houver alguma bandeira, que seja a das reivindicações populares. Isto permite a união contra qualquer partido que pretenda usar os protestos para promover as intenções de determinadas legendas ou políticos específicos. Os velhos instrumentos de avaliação partidários, incluindo a mídia, não conseguem compreender o cunho dos recentes protestos e, assim, direcionam suas críticas com as mesmas e velhas palavras: "Fascismo", "Direita", "Esquerda", "Direita golpista", "Esquerda Comunista", "Esquerda Socialista", entre outras taxações.
Qualquer ato fascista ou conclamando um golpe militar, que disfarçadamente é chamado de intervenção militar, não faz parte da OperacaoSeteDeSetembro. A Operação não é de esquerda, direita ou centro, não tem partidos, não tem bandeiras, não tem siglas e possui uma pauta bem definida (http://op7desetembro.wix.com/home#!saiba-mais/c90r), que deve ser seguida por todos os eventos participantes.
Dessa forma, é extremamente leviano e tendencioso que veículos da mídia tradicional tentem identificar "fomentadores" e "incentivadores" do Maior Protesto da História do Brasil como sendo os responsáveis pela organização do protesto quando há mais de 333 mil pessoas participantes do evento e 4,6 milhões de pessoas convidadas para eventos que, até o presente momento, ocorrerão em 147 cidades, sendo que em nenhum momento os mesmos veículos tentaram entrar em contato com os reais responsáveis pela OperacaoSeteDeSetembro para obter nosso posicionamento, o qual esta nota explicativa deixa claro mais uma vez.
O desejo da OperacaoSeteDeSetembro é o mesmo de qualquer movimento que lute pelos interesses do povo e de qualquer pessoa que deseje um país mais justo e menos desigual: um país melhor.
Nós somos Anonymous;
Nós somos muitos;
Não esquecemos;
Não perdoamos;
Nos aguardem.
O deputado Valdir
Rossoni, por sua vez, afirmou que Ari Nogueira não trabalha mais em seu
gabinete e disse não ser responsável por suas atitudes e por sua
ideologia política. Mas os órgãos de inteligência do governo e o próprio
Ministério Público estão atentos à mobilização da Operação Sete de
Setembro nas redes sociais. A ordem, desta vez, é mapear a gênese de
protestos que, inevitavelmente, podem descambar em violência.
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