Eles |
Serra era a grande esperança branca de
Freire e do PPS. Depois que JS voltou para o lugar de onde nunca saiu,
o PSDB, Freire tentou a qualquer custo trazer Marina Silva para sua
legenda. Era sua chance de permanecer respirando politicamente. Fez
questão de deixar público seu apelo: “Estou à disposição. Ela [Marina]
diz o que quer fazer. Temos abertura. Não tem problema vir a Rede
apenas em um período. Não há impedimento nenhum”.
Marina optou pelo PSB. Restou a Freire dizer que aquele foi “um grave equívoco”.
Freire foi trazido para São Paulo por
Serra. Acabou se elegendo deputado federal por SP, mas é uma espécie de
desterrado. É criticado por seus colegas paulistas por não ter ligação
histórica com o estado (toda sua carreira foi construída em
Pernambuco) e pelos conterrâneos por ser considerado um desertor.
O PPS é, hoje, uma linha auxiliar do
PSDB. “O Serra joga xadrez político com as pessoas e só leva em conta
as enormes ambições dele. Se, para chegar onde quer chegar, tiver de se
livrar de alguém, ele não tem dúvida”, disse um ex-pessedebista
histórico ao DCM. (Freire não é o único náufrago serrista em São Paulo.
Soninha, candidata à prefeitura e ao governo pelo mesmo PPS, também
tornou-se uma sombra).
Freire foi acomodado em cargos de
conselho na EMURB e na SPTuris. Era uma maneira de Serra costurar
apoios futuros. Freire continua, aparentemente, fiel. “Serra é líder
democrático de esquerda. Não tem apoio de banqueiros e grande capital”,
escreveu no Twitter, onde passa o tempo batendo boca com pessoas que
pegam em seu pé por conta de seu antigovernismo maluco beleza (a coisa
chega a tal ponto que ele caiu numa pegadinha segundo a qual a frase
“Lula Seja Louvado” seria impressa nas cédulas de real).
Abandonado, folclórico, uma saída para
Freire seria, finalmente, trabalhar — por São Paulo, que o colocou em
Brasília, ou por um projeto que não dependesse de um salvador da
pátria. Mas isso está fora de questão. Como diz o Zé Simão, Roberto
Freire é “um Fernando Henrique sem chantilly”.
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