247 - O
presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, acaba de dar
mais uma demonstração cabal de que tem dificuldades para conviver com os
meios de comunicação. Na última terça-feira, 1 de outubro, ele
encaminhou um ofício ao ministro Ricardo Lewandowski nos seguintes
termos:
Senhor Ministro,
Durante
minha ausência do País, no período de 24 a 30 de setembro passado,
Vossa Excelência encaminhou ofício ao presidente do Tribunal de
Justiçado Distrito Federal e dos Territórios solicitando prorrogar a
cessão de ADRIANA LEINEKER COSTA para continuar exercendo o cargo em
comissão de Assessor de Ministro, nível CJ-3.
2.
Considerando possuir a servidora relação marital com jornalista
setorista de um grande veículo de comunicação, que exerce suas funções
nas dependências do Supremo Tribunal Federal utilizando-se da intranet,
internet e telefones colocados a sua disposição, reputo antiética sua
permanência em cargo em comissão junto a Gabinete de um dos Ministros da
Casa, além de constituir situação apta a gerar desequilíbrio na relação
entre jornalistas encarregados de cobrir nossa rotina de trabalho.
3. Estando a servidora lotada no Gabinete de Vossa Excelência, agradeceria o obséquio de suas considerações a respeito.
Atenciosamente,
Ministro Joaquim Barbosa
Presidente
A conduta "antiética" atribuída por
Barbosa à servidora Adriana Leineker Costa é o fato de ser casada com o
jornalista Felipe Recondo, do Estado de S. Paulo.
Recondo é o mesmo a quem Barbosa
sugeriu "chafurdar no lixo". O motivo: ele investigava gastos dos
ministros com passagens aéreas e com outras despesas, como a reforma de
R$ 90 mil nos banheiros de Joaquim Barbosa.
Dias atrás, o presidente do STF
esteve envolvido em outra polêmica, quando a jornalista Claudia
Trevisan, também dos Estados Unidos, foi presa quando tentava
entrevistá-lo, nos Estados Unidos.
A despeito da consulta, o ministro
Lewandowski já mandou avisar que não irá reconsiderar a decisão de
manter a servidora em seu gabinete.
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