Guerrilheiro Virtual

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

“Quadrilha” é a condenação do Lula e da Dilma

O PT não politiza. O PT ganha eleição. Um dia …

O Ataulfo Merval de Paiva (*) não gostou da defesa que Luiz Fernando Pacheco, advogado de José Genoino, apresentou na sessão desta quinta-feira – a sessão que teve a única finalidade de convocar o PiG para assar o Teori e o Barroso.

(Como se sabe, os ministros Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli, Carmen Lucia e Rosa Weber já votaram, antes,  contra a “quadrilha”. Teori Zavascki e Luis Roberto Barroso, na autorizada opinião do Ataulfo, farão o mesmo. O ansioso blogueiro acredita em qualquer coisa nesse julgamento excepcional: até mesmo que alguns dos que votaram antes contra a tipificação de “quadrilha” possam rever o voto, diante da pigal (**) pressão …)

Sobre o desempenho de Pacheco o ansioso blogueiro elogia … até a página três.

Vamos ao que diz dele O Globo:

O advogado Luiz Fernando Pacheco, que defende o ex-presidente do PT José Genoino no julgamento do mensalão, roubou a cena na sessão. Ele fez uma exaltada defesa de Genoino durante a análise dos embargos infringentes – o último recurso em uma ação penal -, destacando os feitos do governo do PT e chamando a condenação imposta pelo STF de injusta. Ele chamou o delator do mensalão, o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), também condenado no processo, de “mentiroso compulsivo que engendrou a maior farsa da política brasileira”.

- Não houve jamais formação de quadrilha; houve a criação de um partido político que construiu um projeto para esse país, que implementou um projeto de poder para este país – declarou o advogado Luiz Fernando Pacheco.








Navalha

Condenar por “quadrilha” é a mais explícita criminalização do Governo Lula que se pode pretender.
 
As demais condenações são pessoais.

Mas, pedir, como fez Rodrigo Janot, a condenação por “quadrilha”, e condenar como fez, antes, o Supremo, explicita a opinião que a maioria do então do STF e o Ataulfo – seu mais fiel porta-voz – têm sobre o Governo Lula e o de sua sucessora, a Presidenta Dilma.

Significa que, para eles, Lula e , portanto, Dilma, eleita pelo mesmo partido, não passam de bandidos.

Quer dizer, então, que o Dr Janot admite que a Presidenta que o nomeou faça parte de um Governo que veio à luz num covil, onde tramava a “quadrilha” ?

Será ele também fruto desse conluio sinistro ?

A diferença entre “co-autoria” e “quadrilha” é que “co-autoria” é um erro cometido por alguns, enquanto “quadrilha” significa que houve uma associação deliberada, sistemática, de malfeitores.

A “co-autoria” é individual.

A “quadrilha” é coletiva.

Por isso, talvez, o Ataulfo e seu Presidente, Barbosa, estejam tão desanimados.

Barbosa deu a entender que, se cair a “quadrilha”, “tanto faz como tanto fez”.
Porque, segundo seu exegeta, o Ataulfo, Dirceu está em cana.

Ainda que tenha sido condenado ao semi-aberto.

E a cana do Dirceu, para eles, é o que interessa.

O cérebro da “quadrilha” vê o sol quadrado.

O advogado de Genoino lamentou que os acusados não tivessem, desde o início, “politizado” o julgamento, já que foi “político” desde a nascente.

Ele tem razão.

De outra forma não se explicaria o sumiço do Inquérito 2474, onde se percebem, lá no fundo, as impressões digitais de imaculado banqueiro.

Nem a demora do inatacável Ministro Fux em relatar o RE 680967, que, inevitavelmente, legitimará a Operação Satiagraha.

Quando o mensalão bate na trave dos tucanos, o Supremo fala fino.

Não fosse um julgamento político desde o Dia Um, o Azeredo não tinha escarnecido sobre o Supremo, que não o julgará: terá cometido o crime perfeito.
É a política na Justiça (sic) do STF, explicou o Paulo Moreira Leite.


Foi um julgamento político, sim.

Tanto que o povo vai re-eleger a Dilma, provavelmente no primeiro turno.

E o tribunal do júri popular levantou o dinheiro para o Genoino, o Delúbio e o Dirceu pagarem as multas – provavelmente oriundas, segundo Gilmar Dantas (***), de oportunidades abertas em lavagem de dinheiro.

Ou seja, o tribunal popular, a soberania popular, relegou o “Maior Julgamento da Historia da Humanidade” ao papel de mostrar que a Suprema Corte é um palanque.

O “Maior da Humanidade”, o que “fez a diferença” não terá nenhum efeito eleitoral e, na extensão, nenhum efeito “político”.

Foi apenas uma tentativa de Golpe.

Porque quem não tem voto dá Golpe – e se “sacoleja”.

O Ataulfo vai ter que militar na oposição por mais cinco anos.

E o Barbosa nela inscrever-se como companheiro de viagem – explicitamente, agora.

Sim, o PT errou, desde o início, em não “politizar”o julgamento.

Tinha que botar o Lula na linha de tiro.

Mas, o PT não “politiza”.

O PT se elege.

O que é um risco.

O PT errou, porque tentou fingir que não via que o alvo era o Lula.

Ele e sua “quadrilha” de bandidos.

Paulo Henrique Amorim

(*) Ataulfo de Paiva foi o mais medíocre – até certa altura – dos membros da Academia. A tal ponto que seu sucessor, o romancista José Lins do Rego quebrou a tradição e espinafrou o antecessor, no discurso de posse. Daí, Merval merecer aqui o epíteto honroso de “Ataulfo Merval de Paiva”, por seus notórios méritos jornalísticos,  estilísticos, e acadêmicos, em suma. Registre-se, em sua homenagem, que os filhos de Roberto Marinho perceberam isso e não o fizeram diretor de redação nem do Globo nem da TV Globo. Ofereceram-lhe à Academia.E ao Mino Carta, já que Merval é, provavelmente, o personagem principal de seu romance “O Brasil”.

(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(***) Clique aqui para ver como notável colonista da Globo Overseas Investment BV se referiu a Ele. E aqui para ver como outra notável colonista da GloboNews e da CBN se referia a Ele. O Ataulfo Merval de Paiva (*) preferiu inovar. Cansado do antigo apelido, o imortal colonista decidiu chamá-lo de Gilmar Mentes. Esse Ataulfo é um jenio. O Luiz Fucks que o diga. 

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