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quinta-feira, 11 de agosto de 2011

“O Brasil vai estar preparado, em 2014, para fazer a melhor Copa do Mundo”

A presidenta Dilma Rousseff concedeu na manhã desta quinta-feira (11/8) entrevista às rádios AM 810 Verdes Mares, FM 93 e Jangadeiro FM, em Fortaleza (CE). Durante a conversa com os jornalistas, a presidenta ressaltou a importância de obras como a Siderúrgica do Complexo do Pecém e a Refinaria Premium para o desenvolvimento da região Nordeste, comentou sobre a estratégia brasileira frente à crise financeira internacional e anunciou que, na próxima semana, lançará em Brasília a continuidade do programa de expansão das escolas técnicas federias e interiorização das universidades.

Dilma Rousseff informou, ainda, que o governo está cumprindo à risca o cronograma para ampliação dos principais aeroportos brasileiros e que, até o fim de 2013, serão entregues os estádios para a Copa do Mundo de 2014. A presidenta antecipou também que já está andamento projeto de melhoria do serviço de banda larga nas cidade que sediarão os jogos.
“Temos que ter uma estrutura de transmissão de banda larga para dar acesso às televisões do mundo que vêm cobrir o evento. Todas as empresas de telefonia que desejarem vão participar do processo. Queremos ter em torno dessas cidades uma estrutura muito importante de transmissão de imagem, de dados, de voz”, destacou.

Confira abaixo alguns trechos da entrevista:

Copa do Mundo 2014 e aeroportos
Eu tenho certeza de que o Brasil vai estar preparado, em 2014, para fazer a melhor Copa do Mundo, e eu te digo isso por um motivo. Nós, junto com os governadores e os prefeitos das cidades da Copa, estamos tomando todas as providências para que isso aconteça. Tem dois tipos de obras que nós estamos realizando, aquelas obras que são essenciais para a Copa: os estádios, sem o que a Copa não sai (…), e os aeroportos. Nós estamos cumprindo à risca um cronograma para ampliar aqueles aeroportos que são os mais congestionados do país, e aí não é só por causa da Copa, é porque tem uma taxa de crescimento do pessoal que antes não viajava de avião e agora, por melhoria de renda, tem acesso às suas primeiras viagens de avião (…) São Paulo e Brasília são os mais congestionados do país. Vamos fazer um processo de concessão com a Infraero ficando com 49% e a iniciativa privada com 51%.
Siderúrgica do Complexo do Pecém e Refinaria Premium
Esse é um momento muito especial aqui para o Ceará, porque essa é a primeira siderúrgica do Nordeste, é a primeira siderúrgica da região e é um passo histórico. Significa que nós vamos, aqui no Nordeste, ali no Porto de Pecém, ter uma estrutura de geração de emprego (…). Com ela, mesmo que você exporte uma parte importante da produção, com uma outra parte você pode ali ter um estaleiro produzindo navio com o que a siderúrgica produzia. Aí você vai para a Refinaria Premium. Agora, ela mobiliza uma quantidade de trabalhadores e ela mobiliza também toda uma indústria que vai fornecer equipamento e serviço para a construção. No auge do processo, você chega a ter quase 20 mil trabalhadores. Então, neste momento, essas duas obras têm um papel que é primeiro de gerar empregos aqui, e também de criar uma rede para garantir que haja mão de obra especializada para trabalhar.
Erradicação da miséria
O nosso país só vai ser rico mesmo se a gente tirar brasileiros e brasileiras da miséria (…). Nós vamos atrás dessa população pobre . Em vez de a gente esperar sentado que ela nos procure, nós vamos atrás dessa população para que ela tenha acesso a seus direitos. A segunda ação é dar condições – o que nós chamamos de inclusão produtiva –, dar condições para que a pessoa trabalhe, para que a pessoa tenha acesso a uma renda, que vai aumentar e melhorar a situação dela. Aí tem várias outras ações. O que é feito para a cidade é diferente do que é feito para a zona rural.
Programa Microempreendedor Individual
Nós elevamos o limite de isenção. Antes, só aqueles que tinham uma renda de até R$ 36 mil [anuais] estavam dentro do microempreendedor individual, pagavam 11%, se eu não me engano. Aí houve uma modificação. Nós passamos de 36 mil para 60 mil. Com isso, toda pessoa que ganhar 5 mil de renda bruta/ mês e 60 mil de renda/ano não precisa de pagar os 11%. Vai pagar, agora, só 5%. A gente quer dar uma saída para essas pessoas. Quando elas se formalizam, ou seja, se legalizam como microempreendedor individual, elas vão passar a ter acesso ao microcrédito produtivo orientado, porque nós vamos lançar também esse programa, agora, nas duas próximas semanas. Além de ela ter de pagar pouco imposto, ela vai ter acesso a um crédito para que ela possa fazer o negócio dela crescer e se aplicar.
Bolsas de estudo no exterior
Nós queremos formar uma base de cientistas no Brasil. Continuamente mandaremos os jovens para o exterior, porque o Brasil é um país complexo, ele precisa fazer simultaneamente todas as coisas que são um desafio. Primeira coisa: tem de acabar com a pobreza, nós temos de tirar da miséria 16 milhões. Simultaneamente, nós temos de ter acesso à tecnologia de ponta que existe no mundo, para garantir que nós tenhamos uma base para aqui dentro criar inovação, agregar valor aos nossos produtos (…). Pegar brasileiros, colocar no exterior, na melhor universidade, e fazer com que eles tenham e incorporem cultura é o futuro do Brasil que nós estamos construindo, porque a educação é a saída mais robusta para a gente garantir inclusão social, agregação de valor e economia do conhecimento.
Crise financeira internacional
O governo federal inteiro está atento a essa crise internacional que a gente tem visto. Bolsa cai todo dia, há um processo de fragilidade na Europa com seus bancos, os Estados Unidos apresentam aquela cena insensata, que é aquela briga dentro do Congresso americano para aumentar o teto da dívida. Enfim, você tem hoje uma turbulência no mundo parecida com aquela que ocorreu em 2008 e 2009, e que tem raiz lá atrás, que o fato de os bancos terem sido completamente desregulamentados. Então, nós, brasileiros, temos algumas coisas que nós temos de preservar. Nós temos de preservar o nosso mercado interno, que nós construímos a duras penas (…), nós temos que proteger o nosso consumo, o nosso mercado interno, o crescimento da nossa economia, a inclusão social.
Saúde pública
Eu acho que um dos grandes desafios do meu governo e acho que dos governos também que estão em ação nos estados da Federação e nos municípios é a área da saúde, e concordo com você que o desafio e o foco fundamental é a atenção básica. Algumas iniciativas nós temos de fazer para melhorar essa questão da atenção básica. Eu determinei ao ministro [Alexandre] Padilha que tivesse uma ação de reforço nessa área. A primeira coisa que nós começamos a fazer, antes de começar a construir novas Unidades Básicas de Saúde, nós tínhamos de garantir que as existentes funcionassem, fossem reformadas, fossem requalificadas para melhor atender a população. Além disso, tivemos algumas outras iniciativas que eu considero muito importantes.
Exemplo: nós fizemos uma avaliação e achamos que, em vez de cobrar para fornecer remédios de hipertensão e diabetes – dada a importância que esses remédios têm na saúde de uma parcela muito importante da população brasileira –, cabia que nós entregássemos esses remédios de forma gratuita (…). Hoje eu venho aqui por um programa que eu acho muito importante, que é a construção de um centro de referência e de ambulâncias do Samu abrangendo mais municípios da região (…). O governo federal também vai financiar, com os seus recursos, uma parte muito importante que é o tratamento, na sua casa, como se fosse um hospital, que em inglês se chama homecare (…). Nós vamos montar uma estrutura de acompanhamento dessas pessoas que estão já em fase de recuperação que, se tivessem uma assistência em casa, não precisavam estar no hospital.
Pesquisa CNI/Ibope
Olha, eu acho que pesquisa, a gente tem de tratar com respeito. Olhar e falar: olha, é importante saber que houve essa variação. Agora, o que você não pode é pautar a sua ação só pela pesquisa. Ela sobe, ela desce, e a gente vai tocando. Eu vejo, assim, com muita tranquilidade.
Rodovias federais
No caso do Ministério dos Transportes e das rodovias federais no Ceará, nós reconhecemos que o governador [Cid Gome] tinha razão, o estado das rodovias federais era extremamente precário, e tomamos as providências para que isso comece a se alterar totalmente. Por exemplo, na BR-222, aquela que liga Sobral a Fortaleza, que foi onde o governador realizou o seu rally. Hoje os contratos contemplam, praticamente, a reconstrução de mais de 160 quilômetros de estradas. E dos 64 quilômetros… aliás, do quilômetro 64 ao quilômetro 228 nós teremos de incluir pontes, correção do traçado em curvas perigosas. E, também, acredito que isso nós contrataremos tudo até o final do ano. Com isso, 100% das estradas vão estar cobertas pelos contratos de manutenção. Quando há críticas corretas – e acho que o governador fez uma crítica correta apontando o problema na malha rodoviária do estado – cabe ao governo federal reconhecer e tomar as providências, e é isso o que nós estamos fazendo. As outras, as demais questões, elas são absolutamente acessórias e irrelevantes.

A presidenta Dilma Rousseff concedeu entrevista às rádios AM 810 Verdes Mares, FM 93 e Jangadeiro FM, em Fortaleza (CE).
Ouça abaixo íntegra da entrevista da Presidenta Dilma Rousseff:

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