No dia 19, o sergipano Carlos Ayres Britto, 69 anos, assume a
presidência do Supremo Tribunal Federal, o cume na pirâmide da Justiça
brasileira. Há uma curiosa coincidência entre esse majestoso 19 de abril
de 2012 para Britto e 19 de abril de 1980, desastroso, para Lula.
O então líder sindical Luiz Inácio da Silva, que, 23 anos depois, em 2003, como presidente da República, nomearia o advogado Ayres Britto para o STF, era preso pela polícia política da ditadura.
Militante petista, Britto naquele tempo foi uma espécie de cicerone do sindicalista que ia para Aracaju “subverter” a ordem patronal e política de Sergipe. Entre uma carona e outra, consolidou-se a amizade entre os dois.
Carlinhos, como era conhecido, tinha a tarefa partidária de buscar Lula no aeroporto e conduzi-lo para cima e para baixo. Já com uma carreira profissional em ascensão, ele era o único petista da cidade a dispor de carro com ar condicionado.
Na época de duras jornadas antipatronais, mesmo o mais corajoso militante sindical ou se derrete ou cede a esse prazer indispensável no tórrido verão tropical.Mauricio Dias
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