Eu e outros companheiros
blogueiros temos batido há meses nesta tecla: a direita, os conservadores, a
mídia ou o PIG (Partido da Imprensa Golpista), mais os latifundiários e a
burguesia associada a grandes grupos monopolistas internacionais e os
imperialistas americanos, estão gestando condições para dar um Golpe no Brasil
e interromper nosso processo democrático e de avanço das conquistas populares,
tão arduamente conquistados. Não é uma paranoia das esquerdas não! Já fizeram
isto há meses no Paraguai e anteriormente em Honduras. Já tentaram na Venezuela
e no Equador. Eles não desistem jamais! Este artigo postado por Luis Nassif em
seu Blog e que republico aqui é mais um alerta. Agora com um adendo grave: o
Judiciário brasileiro, via Supremo Tribunal Federal e outras instancias do
sistema aderiram conscientemente ao projeto golpista. È grave a coisa!!
Por Luis
Nassif, em seu blog
São significativas as semelhanças
entre os tempos atuais e o período pré-64, que levou à queda de Jango e ao
início do regime militar e mesmo o período 1954, que levou ao suicídio de
Getúlio Vargas.
Os tempos são outros, é verdade, e há
pelo menos duas diferenças fundamentais descartando a possibilidade de um mesmo
desfecho: uma economia sob controle e uma presidência exercida na sua
plenitude, sem vácuo de poder.
***
Tirando essas diferenças, a dança é a
mesma.
A falta de perspectivas da oposição
em assumir o poder, ou em desenvolver um discurso propositivo, leva-a a
explorar caminhos não-eleitorais.
Parte-se, então, para duas
estratégias de desestabilização – ambas em pacto com a chamada grande
mídia.
Uma, a demonização dos personagens
políticos. Antes do seu suicídio, Vargas foi submetido a uma campanha
implacável, inclusive com ataques à sua honra pessoal – que, depois,
revelaram-se falsos.
No quadro atual, sem espaço para
criticar a presidente Dilma Rousseff, a mídia – especialmente a revista Veja –
move uma campanha implacável contra Lula. Chegou ao cúmulo de ameaçar com
uma entrevista supostamente gravada (e não divulgada) de Marcos Valério, como
se Valério tivesse qualquer credibilidade.
Surpreendente foi a participação de
FHC, em artigo no Estadão, sustentando que o julgamento do “mensalão” marca uma
nova era na política. Até agora, o único caso documentado de compra de votos
foi no episódio da votação da emenda da reeleição – que beneficiou o próprio
FHC.
***
A segunda estratégia tem sido a de
levantar o fantasma da guerra fria. Mesmo sabendo que Jango jamais foi
comunista (aliás, o personagem que mais admirava era o presidente
norte-americano John Kennedy) durante meses e meses levantou-se o “perigo
vermelho” como ameaça.
Grande intelectual, oposicionista,
membro da banda de música da UDN, em 1963 Afonso Arino escreveu um artigo
descrevendo o momento. Nele, mencionava o anacronismo de (em 1963!) se falar de
guerra fria, logo depois de Kennedy e Kruschev terem apertado as mãos. E dizia
que, mesmo sendo anacronismo, esse tipo de campanha acabaria levando à queda do
governo pelo meio militar, devido à falta de pulso de Jango, na condução do
governo.
***
O modelo de atuação da velha mídia é
o mesmo de 1964, com a diferença de que hoje em dia não há vácuo de poder, como
com Jango.
Primeiro, buscam-se personalidades,
pessoas que detenham algum ativo público (como jornalistas, intelectuais,
artistas etc.). Depois, abre-se a demanda por comentaristas ferozes. Para se
habilitar à visibilidade ofertada, os candidatos precisam se superar na
ferocidade dos ataques.
Poetas esquecidos, críticos de
música, acadêmicos atrás de visibilidade, jornalistas, empenham-se em uma
batalha similar às arenas romanas, onde a vitória não será do mais analítico,
ponderado, sábio, mas do que souber melhor agredir o inimigo. É a grande noite
do cachorro louco, uma selvageria sem paralelo nas últimas duas décadas.
Com sua postura de não se restringir
ao julgamento do “mensalão” em si, mas permitir provocações à presidente da
República e a partidos, o STF não cumpre seu papel.
Aliás, o STF do pós-golpe foi muito
mais democrático do que o atual Supremo.
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