José Izar, Vicente Viscome, Zé Índio e ArchibaldoZancra: uns foram presos e outros estão respondendo processo em liberdade.
Quatro ex-parlamentares envolvidos em escândalo do governo Pitta integram campanha do candidato do PRB.
Com informações de Diego Zanchetta
Quatro ex-vereadores envolvidos no escândalo da máfia dos fiscais dão
suporte à candidatura do líder nas pesquisas de intenção de voto em São
Paulo, Celso Russomano (PRB), inclusive com participações em reuniões
da campanha.
foram acusados de participar de um esquema que teria arrecadado R$473
milhões em propinas de camelôs ilegais entre 1997 e 2000, durante a
gestão Celso Pitta – Izar e Viscome foram condenados. Hoje, estão na
linha de frente na busca de votos para Russomano na zona leste da
cidade.
A entrada dos quatro envolvidos no escândalo teve o aval de um dos
coordenadores da campanha de Russomano, o deputado estadual Campos
Machado (PTB), dizem integrantes da coligação que apoia Russomano
ouvidos pelo Estado. Segundo eles, foi uma forma de “suprir a carência”
de bases regionais.
Condenado pelo crime de extorsão, Viscome passou seis anos preso.
Agora tenta voltar à Câmara Municipal pelo PRP. Ele é o principal cabo
eleitoral de Russomano na Mooca, onde tem uma concessionária de
veículos.
A propaganda do ex-parlamentar ao lado do candidato do PRB está por
todos os lados no tradicional bairro de imigrantes italianos.
Com forte influência sobre os comerciantes e apoio de parte do Clube
Atlético Juventus, Viscome tem pedido votos para Russomano nos eventos
de que participa e para associações de bairros e paróquias da Igreja
Católica. As placas e cavaletes de Viscome levam a foto de Russomano.
José Izar, também condenado a oito anos de prisão – ele recorre em
liberdade –, participa de eventos de campanha do líder nas pesquisas e
até ofereceu suporte jurídico ao comitê. O ex-advogado do Corinthians
também comanda a busca de votos em regiões do Brás e do Tatuapé, onde
mantém ligação com os comerciantes.
O ex-vereador, um dos pivôs do escândalo da máfia dos fiscais, ficou
célebre pelo discurso que o salvou de cassação na Câmara Municipal em
1999. No alto do plenário, um pouco antes de ser absolvido, insinuou ter
“na mão” seus colegas vereadores. “Minha mão deve ser uma mão de
gigante, porque eu tenho mais ou menos 35 amigos nesta Casa. São amigos
que tenho certeza que jamais vou esquecer”, disse o então vereador na
tribuna.
Outro envolvido no escândalo que está na linha de frente da campanha
de Russomano na região da Vila Prudente é o ex-vereador Archibaldo
Zancra. Com influência política na Administração Regional da Vila
Prudente na época da máfia dos fiscais – as Regionais foram substituídas
pelas subprefeituras na gestão Marta Suplicy –, Zancra é figura
presente no comitê de Russomano. Na segunda-feira, 1, por exemplo,
passou a tarde no QG da campanha, na zona sul.
O ex-vereador também organizou um evento para o candidato, no dia 25, no Círculo dos Trabalhadores Cristãos, na Vila Prudente.
Zé Índio, que agora ajuda a pedir votos para Russomano no Tatuapé e
na Vila Prudente, era um dos chefes da Administração Regional da Mooca
quando estourou o escândalo de achaque de vereadores contra camelôs.
Vereador por três mandatos e ex-deputado federal, ele também foi
investigado pela Operação Hurricane, da Polícia Federal, sob suspeita de
formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva e concussão no caso da
máfia dos bingos, em 2006.
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