Coluna Econômica
Os
discursos de Dilma são o melhor instrumento para saber o que ela pensa
sobre economia. A presidente tem por hábito enfiar "cacos" no discurso,
explicitando melhor seu pensamento.
Foi o que aconteceu no discurso que proferiu na cerimônia de "As Empresas Mais Admiradas", da revista Carta Capital.
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Nela,
ficou claro o compromisso do governo com a produção, interrompendo
vinte anos de desatenção que desarticularam o sistema industrial
brasileiro. Ao longo do discurso foi encaixando as principais medidas
que seguem a
lógica anunciada.
A
primeira, foi a importância do câmbio para defender a produção
brasileira. Enfatizou que a política econômica dos países centrais -
inundando o mercado de moedas ao mesmo tempo em que travam a economia
com metas fiscais rígidas - é prejudicial aos países emergentes.
Primeiro, por desvalorizar suas moedas, frente às dos emergentes;
depois, por manter a economia estagnada. Cada país central mata seu
mercado interno com políticas fiscais recessivas; depois desvalorizam
suas moedas para que a produção local possa ser direcionada para o
mercado externo.
Enfatizou
a posição brasileira, de que o câmbio é a pior forma de competição
comercial, não estando sujeito a nenhuma forma de controle da
Organização Mundial do Comércio.
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Parte
longa do discurso foi
explicando as recentes decisões de reduzir o custo da energia. No preço
da energia está embutido uma cota de depreciação - que consiste em
abater, anualmente, um percentual do valor pago pela concessão. Acontece
que a vida útil das usinas é muito maior que a dos contratos de
concessão. Dessa forma, terminado o contrato, a concessionária já
amortizou completamente o valor pago. A usina continua a operar,
totalmente amortizada. Aï o governo faz um novo leilão, é pago um novo
valor e a depreciação daquele valor cai na conta do consumidor pessoa
física e jurídica.
A partir de agora, explicou Dilma, haverá renovação das concessões, acabando com a cota de depreciação e barateando o custo da
energia.
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Seu
modelo de desenvolvimento - explicou ela - não pode contrapor consumo a
investimento. As prioridades serão a manutenção das políticas sociais,
fortalecendo o mercado de consumo interno, o investimento prioritário em
infraestrutura e em inovação.
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Passadas
as eleições, disse ela, será a hora do país se debruçar sobre o que
fazer com os recursos do pré-sal. Sua proposta é que seja direcionado
para educação.
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Finalmente,
abordou a questão da nova classe média. A partir de agora, disse ela,
essa nova classe média será cada vez mais exigente em relação aos
serviços públicos e privados. Não aceitará mais celulares que não
funcionam, saúde pública que não atenda suas exigências.
Isso obrigará a uma nova postura por parte de todos os agentes econômicos.
O sonho nosso, como país, terminou ela, é sermos um imenso país de classe média, educada, bem atendida, com saúde.
No
público, os maiores empresários brasileiros concordando que,
finalmente, o país partiu para a batalha da produção. Mas será uma
imensa luta recuperar o atraso de tantas décadas.
IPC-S avança em quatro capitais
O
Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) avançou em quatro das
sete capitais pesquisadas ao fim de setembro, segundo a Fundação Getúlio
Vargas (FGV). A maior variação foi registrada em Recife, cuja variação
passou de 0,59% para 0,65%, seguido por Porto Alegre (de 0,76% para
0,81%), Salvador (de 0,29% para 0,34%) e São Paulo (de 0,40% para
0,44%). As cidades com menor variação foram Belo Horizonte (de 0,63%
para 0,62%), Brasília (de 0,32% para 0,2%) e Rio de Janeiro (0,64% para
0,62%).
Produção industrial avança 1,5% em
agosto
A
produção industrial cresceu 1,5% no mês de agosto frente ao mês
anterior, na série com ajuste sazonal, segundo levantamento do IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Este foi o terceiro
resultado positivo consecutivo nesse tipo de comparação, acumulando um
crescimento de 2,3% no período. Em relação a 2011, a indústria apontou
queda de 2%, décima segunda taxa negativa consecutiva nesse tipo de
comparação, mas a menos intensa desde dezembro último (-1,3%).
Indústria está “deixando para trás” o pior, segundo Mantega
Após
a divulgação dos números da produção industrial, o ministro da Fazenda,
Guido Mantega, afirmou que o Brasil deixou para trás o período de
crescimento fraco. Para o ministro, “agora, o crescimento começa a
acelerar e vai nessa direção até o final do ano”. Mantega ressaltou que o
segmento apresentou um primeiro semestre enfraquecido, mas que “já está
dando sinais de reação a vários elementos”, como as iniciativas
adotadas para a desoneração da folha de pagamento e a depreciação do
câmbio.
Dilma reitera críticas a países desenvolvidos
Em
pronunciamento
realizado no Peru, a presidenta Dilma
Rousseff defendeu a ampliação das parcerias entre os países
sul-americanos e árabes como forma de reagir aos impactos da crise
econômica internacional. Dilma reiterou as críticas ao protecionismo dos
países desenvolvidos, como os Estados Unidos, que atinge a economia das
nações em desenvolvimento. Ela também reclamou do que chamou de
exportação da crise para o mundo, via desvalorização de moedas.
Cepal estima mais crescimento para AL em 2013
A
economia da América Latina e do Caribe deve avançar em 2013: relatório
elaborado pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe
sinaliza um avanço de 4% no
próximo ano. Para
2012, a projeção caiu de 3,7% para 3,2%. No caso do Brasil, o relatório
destaca que o país “experimentou um processo de desaceleração mais forte
que os demais países durante o último semestre de 2011 e somente no
início do segundo semestre de 2012 começaram a notar-se alguns sintomas
de reativação”.
Preços ao produtor em alta na zona do euro
Os
preços ao produtor da zona do euro apresentaram um aumento inesperado
no mês de agosto, e atingiram sua maior margem desde janeiro: segundo o
escritório de estatísticas Eurostat, os preços nas portas das fábricas
nos 17 países que adotam o euro subiram 0,9%
ante
julho, maior salto desde o início do ano. No ano, os preços ao produtor
subiram 2,7%. Ao longo do período, os preços da energia para as fábricas
subiram 2,4%, o maior patamar apurado desde janeiro.
Blog: www.luisnassif.com.br
Enviado por Email Jota
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