Globo e Veja se deram mal.
E aí? Os jornalões vão continuar escondendo a entrevista?
Deu no Brasil247:
E aí? Os jornalões vão continuar escondendo a entrevista?
Deu no Brasil247:
No auge de sua fama, capa das revistas Época e Veja, e nesta como “o
menino pobre que mudou o Brasil”, Joaquim Barbosa, relator da Ação Penal
470, concedeu entrevista à jornalista Monica Bergamo, da Folha de S.
Paulo. Confira alguns trechos:
Como virou ministro
“Eu passava temporada na Universidade da Califórnia, Los Angeles.
Encontrei Frei Betto casualmente nas férias, no Brasil. Trocamos
cartões. Um belo dia, recebo e-mail me convidando para uma conversa com
[o então ministro da Justiça] Márcio Thomaz Bastos em Brasília.”
Encontro com Lula
“Vi o Lula pela primeira vez no dia do anúncio da minha posse. Não falei antes, nem por telefone. Nunca, nunca.”
Sobre seus votos em Lula em 1989, 2002 e 2006 (depois do mensalão)
“Vou te confidenciar uma coisa,
que o Lula talvez não saiba: devo ter sido um dos primeiros brasileiros a
falar no exterior, em Los Angeles, do que viria a ser o governo dele.
Havia pânico. Num seminário, desmistifiquei: 'Lula é um democrata, de um
partido estabelecido. As credenciais democráticas dele são perfeitas'. Eu
não me arrependo dos votos, não. As mudanças e avanços no Brasil nos
últimos dez anos são inegáveis. Em 2010, votei na Dilma.”
Sobre possível atuação política
“Nunca fiz política. Estudei direito na Universidade de Brasília de 75 a
82, na época do regime militar. Havia movimentos significativos. Mas
estive à parte. Sempre entendi que filiação partidária ou a grupos,
movimentos, só serve para tirar a sua liberdade de dizer o que pensa.”
Racismo
“A imprensa brasileira é toda ela branca, conservadora. O empresariado,
idem. Todas as engrenagens de comando no Brasil estão nas mãos de
pessoas brancas e conservadoras. O Brasil ainda não é politicamente
correto. Uma pessoa com o mínimo de sensibilidade liga a TV e vê o
racismo estampado aí nas novelas.”
Herança do Ministério Público
“O que eu tenho do MP é esse espírito de preocupação com a coisa
pública. Mesmo porque não morro de amores por direito penal. Sou
especialista em direito público.”
Prazer em condenar?
“É uma decisão muito dura. Mas é também um dever. O problema é que no
Brasil não se condena. Estou no tribunal há sete anos, e esta é a
segunda vez que temos que condenar. Então esse ato, para mim e para boa
parte dos ministros do STF, ainda é muito recente.”
Consequências da Ação Penal 470
“Haverá uma vigilância e uma cobrança maior do Supremo. Este julgamento
tem potencial para proporcionar mudanças de cultura, política, jurídica.
alguma mudança certamente virá.”
Caso Collor e PC como mequetrefe
“Tinha um ex-presidente fora do jogo completamente. E, além dele, o quê? O PC, que era um mequetrefe.”
Herói?
“Isso aí é consequência da falta de referências positivas no país. Daí a
necessidade de se encontrar um herói. Mesmo que seja um anti-herói,
como eu.”
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