A pousada em Visconde de Mauá de Carlos Di Lallo
Rogério Martins,
advogado de Carlos Augusto Di Lallo Leite do Amaral, um dos quatro
acusados num esquema de cobrança de propina na prefeitura de São Paulo,
disse ao DCM que o ex-prefeito Gilberto Kassab sabia da indicação de seu
cliente para o cargo que ocupava.
“O Carlos estava num cargo de confiança de uma secretaria [ele era
diretor da Divisão de Cadastro de Imóveis]. Kassab sabia da indicação.
Passou pela pessoa dele. Saiu no Diário Oficial. Ele está lavando as
mãos. Pela terceira vez acontece um grande escândalo na gestão de Kassab
e ele diz que não sabe de nada”.
Em entrevista para Mônica Bergamo, da Folha, Kassab afirmou que os
acusados são “técnicos, servidores de carreira que não foram indicados
por mim. E tenho certeza que os ex-secretários, que são pessoas
corretas, terão total disposição para colaborar com as investigações”.
A operação funcionou entre 2007 e 2012 e desviou cerca de 500 milhões
de reais. O suborno servia para as construtoras ganharem a quitação do
Imposto sobre Serviços (ISS). Sem o “habite-se”, as obras não podiam ser
entregues.
Os funcionários foram presos em suas casas. Houve buscas também em um
escritório no Largo da Misericórdia, na Sé, que servia como base do
grupo para reuniões com executivos de grandes incorporadoras.
A polícia esteve também numa pousada em Visconde de Mauá (RJ), cujo
dono é Lallo. “O Carlos frisou que já tem a pousada há 17 anos e que ela
é fruto de seus ganhos”, diz Martins. “Nós vamos ao MP e ao Fórum para
entender por que foram feitas as prisões”.
Além de Lallo, foram detidos o ex-subsecretário da Receita Municipal
Ronilson Bezerra Rodrigues, o ex-diretor do Departamento de Arrecadação e
Cobrança Eduardo Horle Barcelos e um agente de fiscalização.
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