Guerrilheiro Virtual

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Quando Dudu foi para o lado de lá

Dudu há de se perguntar: será que a fadinha da floresta foi uma fria ?

Lula gostava do Dudu.

Vovô Miguel e Lula sempre estiveram do mesmo lado, desde que o Vovô voltou do exílio.

Na sucessão de Dilma, em 2018, se nenhum novo petista se sobressaísse ou se Lula não quisesse voltar – é sempre uma hipótese – o candidato do PT poderia ser de fora do PT.

E poderia ser o Dudu.

Se ele ficasse do “lado de cá”.

Lula, pernambucano, e Dilma encheram o Dudu de dinheiro – e receberam críticas dos irmãos Gomes, do Ceará, e Wagner, da Bahia.

Dudu tinha um conselheiro muito sabido, o Fernando Lyra – clique aqui para ler “o importante é o rumo” – que distinguia, com muita nitidez, o “lado de cá” do “lado de lá”.

Fernando morreu.

Um dia, guloso, Dudu resolveu enfrentar o candidato do PT à Prefeitura de Recife e lançar um próprio – o que não estava na combinação.

Um amigo do Lula disse: você vai atravessar o Rubicão.

A política é um rio que vai e não volta à nascente – ouviu, sem acreditar muito.

Se você derrotar o PT – e é provável que derrote – o PT não vai te aceitar nunca mais.

Dudu ignorou.

Dudu derrotou o candidato do PT à Prefeitura de Recife.

Considerou que foi o grande vencedor da eleição de 2012.

Encheu-se de vento.

E foi para o “lado de lá”.

Na campanha presidencial, é provável que Dudu seja o primeiro em Pernambuco.

E é provável também que o candidato do PT, Armando Monteiro Filho, se eleja governador.

Entre outros motivos porque o Dudu caiu no conto da fadinha da floresta.

Bem, aí, é melhor deixar o Janio de Freitas contar o que aconteceu, como fez na Folha (*) desta terça-feira:

O choque de objetivos se complica e se acirra entre Marina Silva e Eduardo Campos no PSB. Os grupos de ambos acusam a existência apenas de intrigas da imprensa, mas Eduardo Campos e sua corrente partiram para iniciativas que os recuperem da noticiada perda de força na sua relação com Marina Silva. Tudo sugere, porém, que as iniciativas adotadas não levarão ao resultado pretendido, e, sim, à permanência mais agravada do choque.

A maneira como Eduardo quis invalidar a recusa de Marina a apoiar a recandidatura de Geraldo Alckmin –doou ao PSDB uma secretaria e um cargo de segundo nível no governo de Pernambuco– nem arranhou a intenção da Rede de lançar candidato próprio em São Paulo. E, atraindo peessedebistas de Aécio Neves para a sua candidatura, leva o comando nacional do PSDB a reagir com a proibição de acordos estaduais sem a sua concordância prévia. O que pode trazer danos indiretos ao PSB em outros Estados.

O entendimento com o PSDB de Pernambuco, sem entendimento a respeito com Marina, teve a desculpa de ser ato do governo. Já a planejada reunião, na próxima sexta-feira, de dirigentes do PSB sem a participação de Marina, tem, por si só, um ingrediente inegável de animosidade. E vai muito além disso, com os já antecipados propósitos de acelerar o compromisso de apoio à recandidatura de Alckmin e cravar Marina Silva como candidata a vice de Eduardo Campos.

Por ora, o pretendido avanço da corrente de Eduardo Campos parece pouco para demover Marina Silva de suas posições e propósitos. Mas suficiente para criar novos embaraços na relação em que Eduardo Campos ainda está por demonstrar algum ganho com sua apressada criação do PSB-Rede.

Em tempo:
Janio foi quem disse que o Dudu era um embuste quando apoiava a Dilma e um embuste quando foi para o lado de lá.

Em tempo2: Fernando Lyra haveria de se perguntar: sem candidatos em São Paulo e Rio, por exemplo, quantos palanques o Dudu acha que vai ter ?

Paulo Henrique Amorim

(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

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