SUBORNO À PASTA DE MATARAZZO FOI PARCELADO
Documento apreendido na sede da Alstom na França detalha pagamento de
propina à secretaria de Energia e a três diretorias da EPTE (Empresa
Paulista de Transmissão de Energia), em 1998, para "melhorar o clima"
com o cliente e obter um contrato de US$ 45,7 milhões; na época da
negociação, Andrea Matarazzo era o secretário, mas ele joga
responsabilidade a "governos anteriores"; governador Geraldo Alckmin
(PSDB) não quis comentar envolvimento do vereador, que sempre fez parte
da cúpula tucana no Estado; Alckmin, no entanto, defendeu investigações
247 – Agentes
públicos do governo de Mario Covas (PSDB) receberam suborno da Alstom
em parcelas. Segundo um documento apreendido na sede da empresa na
França, integrantes da Secretaria de Energia e três diretorias da EPTE
(Empresa Paulista de Transmissão de Energia) receberam propina para que a
companhia obtivesse um contrato de US$ 45,7 milhões (R$ 52 milhões, em
valores da época).
Na época em que o contrato foi negociado, a pasta era comandada pelo
atual vereador Andrea Matarazzo. A Secretaria de Energia recebeu 3% do
contrato (R$ 1,56 milhão). Já as diretorias financeira, administrativa e
técnica da EPTE aparecem como destinatárias de 1,5% (R$ 780 mil), 1%
(R$ 520 mil) e 0,13% (R$ 67,6 mil), respectivamente.
Segundo novos dados revelados pela Folha de S. Paulo,
as datas de repasse do suborno acompanharam o fluxo de liberação dos
valores do contrato por parte da estatal paulista. O pagamento de
propina à diretoria financeira da EPTE tinha sido dividido em quatro
parcelas, de dezembro de 1998 a setembro de 1999.
O documento deixa claro que a direção da Alstom pretendia fazer um outro
desembolso em outubro de 1999 para "melhorar o clima" com o cliente.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB),
não quis comentar o envolvimento de Matarazzo, que sempre fez parte da
cúpula tucana no Estado. Ele apenas disse que aguarda investigações.
O vereador, por sua vez, alega que o contrato com a Alstom foi assinado
por governos anteriores. Ele disse que nos sete meses em que foi
secretário de Energia, de janeiro a agosto de 1998, "nunca viu ou
assinou aditivo de contrato e não tem a menor ideia do que se trata".
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