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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Cresce rede de intrigas para rachar Dilma e Lula

247 – A temporada de rumores sobre um afastamento entre a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula recrudesceu. Levadas a efeito, com diferentes ênfases, ao longo de toda a gestão de Dilma, as intrigas sempre desmentidas por ambas as partes até aqui ganham dramaticidade a partir de agora. Explica-se: os partidos têm até o dia 5 de julho para registrarem oficialmente seus candidatos a presidente da República – um funil que se aproxima num cenário de ampliação de dificuldades econômicas.

Empresários que têm contato frequente ou mesmo esporádico com Lula vão usando, aqui e ali, seus canais de acesso à mídia familiar para transmitir pequenas frases, trechos de encontros e versões analíticas com críticas que estariam sendo feitas pelo ex-presidente à condução da política econômica, em particular, e de gestão de governo, no geral.

Lula avaliaria, segundo essas fontes nunca identificadas, que a descida dos juros, no início da gestão de Dilma, teria sido precipitada, correspondendo agora à uma elevação que poderia ter sido evitada num ano eleitoral. A esses interlocutores, em conversas diferentes, o ex-presidente estaria disparando farpas pontuais a diferentes aspectos da administração federal, mas sem entrar em rota de colisão com a presidente, a quem, carinhosamente, chama de "Dilminha".

Por sua vez, os capitães da indústria nacional que procuram Lula lembram a ele os tempos do chamado espetáculo do crescimento, patrocinado na gestão dele, e procuram entusiasmá-lo com um discurso sobre a importância de uma liderança popular num momento de conturbação social e política. Até agora, nenhum relato de que Lula tenha cedido em sua decisão de não concorrer a estas eleições foi feito.

A presidente Dilma estaria respondendo à movimentação de Lula nos bastidores e em público com mensagens cifradas. Apesar de avisar ao ex, ela compareceu ao encontro articular pelo vice Michel Temer com prefeitos do PMDB paulista que apoiam a candidatura de Paulo Skaf a governador de São Paulo. Ali, teria dito que, para ela, tanto a vitória de Skaf ou de Alexandre Padilha, candidato do PT e apadrinhado por Lula, a deixariam satisfeita.

Antes, três dias depois de Lula fazer proselitismo político em Minas Gerais, ela esteve no Estado, dando indícios de que também estaria 'marcando' a agenda do seu dublê – e não apenas do oposicionista Aécio Neves.

Num gesto entendido como um sinal a Lula, Dilma discursou no aniversário de 30 anos do PT sem citar uma só ver o nome do ex em seu discurso. A ausências das duas sílabas que compõem o nome dele foram notadas pela cúpula do partido e, notadamente, pelos adversários.

Na mídia familiar, os jornais já batem na mesma tecla de um ano atrás, quando elevaram-se as apostas de uma racha entre Dilma e Lula. Ricardo Noblat, Reinaldo Azevedo e Dora Kramer escrevem nessa direção. "Corre a lenda que Lula manda em Dilma. Pura lenda", registrou Noblat.

O que se tem, concretamente, até aqui, é o fato de que Dilma jamais escondeu que iria lutar pela sua reeleição. Lula, depois de ter 'desencarnado' do cargo, quase um ano após passar a faixa de presidente para a sucessora, nunca disse uma palavra em público ou nos bastidores autorizando versões de que estaria em rota de colisão com ela.

A vontade de dividi-los ainda é bem maior que os fatos que podem levar a isso.

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