Via Jornal O Rebate
LAERTE BRAGA
A
história do Supremo Tribunal Federal registra altos e baixos. O período
da ditadura Vargas (o Estado Novo) e a ditadura militar, onde a corte
era apenas escritório do Executivo. Os curtos períodos democráticos
vividos pelo País, seja o de 1945 a 1964 e agora, o de 1984 até nossos
dias, quando a corte teve momentos decisivos em toda a História do
Brasil. Ministros como Hermes Lima, Evandro Lins e Silva, Ribeiro da
Costa, Victor Nunes Leal e outros engrandeceram o STF na resistência ao
golpe militar e até o AI-5, quando três deles (Hermes Lima, Evandro Lins
e Silva e Victor Nunes Leal) foram cassados e afastados..
A
expressão momentos decisivos se presta a mostrar o caráter do Poder
Judiciário e sua essência. A desmoralização começa quando Gilmar Mendes é
indicado ministro debaixo de críticas gerais – governo FHC – com a
tarefa de blindar a corrupção tucana, da qual foi e é um dos partícipes e
se completa com Lula no equívoco Joaquim Barbosa, a pretensão de
indicar o primeiro negro a integrar a corte.
Joaquim Barbosa é negro, mas é capitão do mato.
O
ódio que Barbosa mostra em relação ao ex-ministro José Dirceu é
resultado da oposição de Dirceu ao seu nome, já que, à época, era
ministro chefe do Gabinete Civil. “Há de chegar um dia que os ministros
serão indicados pela competência e não por critérios políticos”, disse
Dirceu a Barbosa quando o atual presidente do STF foi aparar as arestas.
O
ódio de Barbosa ficou guardado na geladeira. As geleiras se
transformaram numa insana perseguição ao desafeto e em afronta a
ministros e a própria Corte, já que não são poucos os episódios
suspeitos em que Joaquim Barbosa se acha envolvido.
E
sobre isso é importante falar no escandaloso caso da compra (ou doação)
de um apartamento em Miami, quando usou um endereço funcional para se
ver livre do pagamento de impostos. Fraude, falsidade ideológica.
Ao
retornar de uma viagem onde mesclou férias com palestras movidas a
diárias pagas com dinheiro público, com direito a repórter do grupo
GLOBO às custas do erário público, o ministro cassou as decisões do
vice-presidente da Corte, ministro Levandowsky de forma monocrática, em
clara e acintosa atitude revanchista, autoritária, arrogante e acima da
lei.
O ministro Marco Aurélio Mello declarou na
sexta-feira que Barbosa lhe confiou que seria candidato a presidente da
República. A resposta veio de FHC, um dos seus mentores. “Joaquim
Barbosa deve ficar no STF, não é hora de ser candidato e não tem
chances”.
Soa como ordem do senhor de escravos ao capital do mato.
A
concepção de Barbosa sobre justiça é canhestra, é pessoal e por isso
mesquinha, como mesquinha e repulsiva é sua personalidade.
Coloca em risco o processo democrático.
Se
vale da venal e podre mídia brasileira, a serviço das formas mais
podres de capitalismo se é que é possível formas mais podres do
capitalismo que o próprio capitalismo.
Empregou o filho na GLOBO.
José
Dirceu foi condenado a uma pena em regime semi aberto, com direito a
trabalhar. Barbosa trocou o juiz da Vara de Execuções Penais de
Brasília, por entender que o anterior estava sendo mole e complacente
com o ex-ministro. O novo juiz é filho de um líder tucano. Barbosa,
ocultou e adulterou documentos para forçar as condenações do processo
chamado “mensalão”. Determinou ao novo juiz rigor na apuração de um
eventual uso de celular por Dirceu de dentro da prisão, tendo em mãos um
documento que tal não se provou e seria impossível provar. Decidiu ao
seu talante e dentro de sua visão míope e carregada de ódio.
A
OAB propõe, por sua diretoria, o impedimento do atual presidente da
suprema corte. O País se estarrece com o caráter capitão do mato de
Joaquim Barbosa. Começa a ficar incômodo para os próprios aliados.
Já e já vai para o almoxarifado com o carimbo de imprestável.
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