247 – Investigadores da Suíça indicam que parte
do suborno da Alstom para garantir contratos com o governo paulista era
destinada para "o financiamento de partidos".
Documentos da Justiça de Berna apontam o conselheiro do Tribunal de
Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) Robson Marinho, ex-chefe da Casa
Civil do governo Mário Covas (PSDB), como o intermediário entre a
companhia francesa e autoridades no Brasil. Não foram citados os nomes
dos partidos envolvidos.
Além de comprovar a existência de uma conta em nome de Marinho, a
Suíça liberou depoimento de ex-Alstom que atesta suborno recebido pelo
agente público.
"Compreendi que se tratava de um certo sr. Robson Marinho. Ele era
membro do Tribunal de Contas do Estado federal [sic] de São Paulo. Essa é
a instância que fiscaliza as companhias estaduais. Agora não sei se
apenas essa pessoa recebeu dinheiro ou se o sr. Marinho o distribuiu ou
não", disse Michel Cabane, ex-diretor da Cogelec, subsidiária da Alstom e
da Cegelec, em depoimento às autoridades suíças.
Trata-se da primeira confissão de suborno direto ao ex-braço-direito de Covas. Conta secreta na Suíça teria R$ 1,1 milhão.
O conselheiro, que é alvo de investigação no Superior Tribunal de
Justiça (STJ) por suspeita de ter beneficiado a Alstom em um julgamento
de 2001, teria recebido o dinheiro enquanto secretário da Casa Civil de
Covas. Ele foi alçado para o cargo de conselheiro pelo ex-governador
tucano.
De acordo com a Justiça, a Alstom pagou propina para vencer uma
concorrência no valor de R$ 23,2 milhões. O serviço prestado era o
fornecimento de equipamentos em três subestações elétricas da
Eletropaulo e EPTE. Marinho nega ter dinheiro no exterior.
Leia aqui a matéria do Estado de S. Paulo sobre o assunto.
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