É com muito cinismo, verdadeiro descaramento, que a burguesia nos trata, usando fartamente o contributo de políticos, tribunos, jornalistas e outros prepostos, para nos fazer de idiotas. Olhemos bem, e vejamos uma de suas lorotas espalhadas por todo recanto através de todos os meios que ela, a burguesia, dispõe. Dizem eles: o poder emana do povo e em seu nome será exercido, e anunciam que essa formulação é um princípio básico da “nossa” Constituição chamada de Carta Magna.
Não precisa ser tão esperto para perceber que governo e poder são coisas diferentes, e que, mesmo limitados, mesmo subalternos, os governos são escolhidos através dos arranjos da burguesia, cabendo ao povo optar entre candidatos que não passam de cartas marcadas.
Aqui ou acolá, ocorre de um candidato surpreender os donos do poder e se sagrar governo em um município, estado ou na presidência. Quando tal fato ocorre e esse suposto governo tentar levar avante uma política que entre em choque com os interesses do sistema capitalista, o que se vê na história, é que o poder trata de banir o hipotético governo popular para, assim, resguardar os interesses da burguesia.
Dessa maneira, o sistema demonstra de forma clara, quão mentirosa é a afirmação de que o poder emana do povo e em seu nome haverá de ser exercido. É lastimável que um dos temas mais encantadores que preferem os bacharéis é repetir, de bom grado, o cinismo explícito do discurso do sistema e dessa forma prestar um inestimável serviço à ordem vigente, em prejuízo dos interesses reais do povo.
Ao denunciar esse descaramento, aproveitamos para denunciar o comportamento de partidos que se auto-proclamam de esquerda, fazem eco a tais mentiras e cultuam a ordem jurídica desse sistema, limitando-se a denunciar aqui e ali, alguns excessos, porém negando-se a denunciar a própria essência do sistema que manipula a população particularmente em período eleitoral, levando a cabo um jogo de cartas marcadas, onde, a rigor, só existe um ganhador, representado por uma das facções do sistema.
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