Guerrilheiro Virtual

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Ayres Britto se pensa Maquiavel. E criminaliza a Política

Por que ele não diz isso na Alemanha, na França, na Itália ? E lá não tem Caixa Dois ?
A Carta Maior fez uma descoberta de arrepiar os cabelos.

Não foi dizer que o Dirceu armou um Golpe de Estado.

Isso fica por conta de um deslize de oratória.

Para condenar Dirceu sem provas, o atual presidente do Tribunal da Inquisição, Ayres Britto, que tinha prometido abrir a janela do STF, decidiu, no mesmo domínio dos fatos, condenar os “governos de coalizão”.

Quer dizer, então, que temos no STF um Maquiavel ?

Ou, como ele saiu do PT, temos agora um Gramsci, que releu Maquiavel ?

Viva o Brasil !

Aqui não pode haver governo de coalizão.

Tem cada uma …

Por que ele não vai dizer isso na Itália, na Alemanha, na Inglaterra ?

E vai me dizer que lá também não tem Caixa Dois, não é isso, Berlusconi ?

Hein Chirac, Helmut Kohl ?

Oh, Wanderley Guilherme dos Santos, oh, Carlos Nelson Coutinho, oh céus !, onde fomos parar ?

Diz o nosso Gramsci:

Brasília – O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ayres Britto, acompanhou a íntegra do voto do relator, ministro Joaquim Barbosa, e condenou oito dos réus acusados de corrupção passiva no processo do “mensalão”: os petistas José Dirceu, José Genoíno, Delúbio Soares, além do empresário Marcos Valério, seus sócios e funcionários. Mas Britto foi além: condenou também o modelo de “governo de coalizão”, adotado no país desde o final da ditadura militar.

Embora tenha iniciado seu voto explicando que o sistema de coligações não pode ser objeto de estranhamento ou de crítica, a não ser que seja formado de forma “argentária, pecuniarizada”, Britto afirmou que ele só pode vigorar nos períodos pré-eleitorais e, quando já eleito um governo, de forma episódica e pontual para a provação de projetos específicos. “Basta lembrar que, mesmo nos períodos pré-eleitorais, o sentido das alianças é o da sua transitoriedade”, afirmou.

Nas palavras exatas do presidente da mais alta corte do país, “cada partido político é autônomo, goza de autonomia política, administrativa e financeira em boa medida. Tem a sua identidade ideológica, ou político-filosófica, mas tudo isso é suspenso, legitimamente suspenso, para a formação de coligações durante o período eleitoral. Terminado o período eleitoral, as coligações se desfazem, de direito. E são substituídas por alianças tópicas, pontuais, episódicas, para a aprovação de projetos específicos. Não faz sentido, à luz da autonomia política de cada partido e da sua identidade inconfundível, ideológica e política, uma aliança formal ad aeternum, porque isso, mais do que a perenização no tempo dessas coalizões, implica em um condicionamento material na hora das votações”. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

”Sendo este um espaço democrático, os comentários aqui postados são de total responsabilidade dos seus emitentes, não representando necessariamente a opinião de seus editores. Nós, nos reservamos o direito de, dentro das limitações de tempo, resumir ou deletar os comentários que tiverem conteúdo contrário às normas éticas deste blog. Não será tolerado Insulto, difamação ou ataques pessoais. Os editores não se responsabilizam pelo conteúdo dos comentários dos leitores, mas adverte que, textos ofensivos à quem quer que seja, ou que contenham agressão, discriminação, palavrões, ou que de alguma forma incitem a violência, ou transgridam leis e normas vigentes no Brasil, serão excluídos.”