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quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Nas subprefeituras de Kassab impera a “Lei do Silêncio”

Troca de comando promovida às vésperas do fim do mandato dificulta ainda mais acesso às informações sobre a gestão; equipe de transição de Haddad discute o assunto hoje
Por: Raimundo Oliveira, no Rede Brasil Atual 
lei do SilêncioDuas medidas do prefeito Gilberto Kassab (PSD) na semana passada mostraram que nem tudo, na transição do governo dele para o de Fernando Haddad (PT), é transparente como tentam convencer tanto um como o outro lado na troca do poder municipal.

Depois de mudar o secretário de Controle Urbano Orlando de Almeida Filho pelo oficial da Polícia Militar Elizeu Eclair Teixeira Borges, a um mês do fim do atual mandato, e de remanejar 14 titulares em 31 subprefeituras, 15 chefes de gabinete e três coordenadores, a suspeita é de que o atual prefeito tenha decretado uma “lei do silêncio” no comando das já policiadas subprefeituras - dificultando o repasse de informações à futura administração. 

Na assessoria de imprensa da Secretaria de Coordenação das Subprefeituras, a única informação é de que houve uma “readequação administrativa para reforçar e agilizar, junto às subprefeituras, os trabalhos de implantação e desenvolvimento das políticas públicas definidas pela atual gestão, que estão em andamento”. 

Dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias no Município de São Paulo, que preferiram não se identificar, afirmam que a situação nas subprefeituras, principalmente depois da militarização no comando, sempre foi conflituosa e difícil. Segundo os sindicalistas, não é incomum ele serem impedidos de entrar nesses locais para falar com os trabalhadores. Com as últimas medidas, a situação teria ficado ainda pior. 

A vereadora Juliana Cardoso (PT), que encaminhou um pedido de informação à prefeitura sobre a dança das cadeiras, afirma que a impressão que dá é que o único motivo de Kassab tenha sido bagunçar o trabalho da equipe de transição. “Parece que estão querendo ocultar alguma coisa”, disse. 

O requerimento da vereadora foi encaminhado na segunda-feira (3) e até o final da tarde de sexta não havia sido respondido. “Nesta gestão, a transparência com as informações nunca foi prioridade”, disse. Segundo ela, depois do resultado da eleição. Com a troca de comando, o silêncio se instalou de vez. 

A questão foi um dos temas da reunião que aconteceu dia (10) entre Haddad e o chefe da equipe de transição, o vereador Antonio Donato (PT), futuro secretário de Governo . 

A reunião estava agendada antes da polêmica e tinha como objetivos principais pedir informações sobre pagamentos de precatórios em ações trabalhistas, reajuste salarial e relação da gestão Haddad com os servidores. 

De acordo com informações do sindicato, como a instituição tem enfrentado dificuldade para obter informações com a administração e nas subprefeituras, vai tentar conseguir alguma explicação com Donato. 

Futuro secretário da Coordenação de Subprefeituras, o vereador Chico Macena (PT), informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não está tendo dificuldade para obter informações da prefeitura. Macena deve priorizar, na escolha dos próximos subprefeitos, as indicações da bancada de apoio a Haddad na Câmara. 

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