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domingo, 7 de agosto de 2011

Maior credor dos EUA, China pede nova moeda de reserva mundial

Agência de notícias oficial chinesa diz que nova divisa, estável e segura, pode ser opção para evitar catástrofe causada por um único país
06 de agosto de 2011 | 9h 47



XANGAI - A China condenou neste sábado, 6, as "míopes" disputas políticas nos Estados unidos quanto aos problemas de dívida norte-americana e afirmou que o mundo precisa de uma nova moeda de reserva mundial estável. "China, o maior credor da única superpotência do mundo, tem todo direito de exigir agora que os EUA discutam seus problemas de dívida e garantam a segurança dos ativos chineses em dólares", informou a agência de notícias oficial da China.






"Supervisão internacional quanto à questão de dólares dos EUA deve ser introduzida e uma nova moeda de reserva mundial, estável e segura, pode também ser uma opção para evitar uma catástrofe causada por um único país", acrescentou.






Os Estados Unidos perderam na sexta-feira sua nota máxima de crédito "AAA" concedida pela agência de classificação de risco Standard & Poor's, em um dramático revés sem precedentes para a maior economia do mundo. A avaliação havia sido mantida nos últimos 70 anos e é a mais elevada do ranking. Agora, a avaliação de risco do crédito norte-americano de longo prazo passou para AA+. 






 (Leia ao final do texto o que avalia uma agência de classificação de risco) 













A medida foi tomada três dias depois da sanção da lei que evitou a suspensão de pagamentos pelo governo americano que esboçou o plano de ajuste de US$ 2,1 trilhões nas contas públicas federais nos próximos dez anos.






Tesouro aponta erro de US$ 2 trilhões






A S&P havia notificado a Casa Branca sobre a decisão antes de anunciá-la, como sempre, de surpresa e após o fechamento dos pregões das bolsas americanas. O Tesouro americano argumentou à agência ter havido falha de US$ 2 trilhões nos cálculos sobre as projeções das contas públicas do país. Porém, nem o Tesouro nem a S&P se manifestaram publicamente sobre o possível erro de cálculo.






Por meio de um comunicado emitido na noite de ontem, a S&P advertiu sobre a possibilidade de novo rebaixamento, para AA, nos próximos dois anos, "se virmos que o corte menor das despesas em relação ao acertado, o aumento nas taxas de juros ou novas pressões fiscais durante o período resultam em uma trajetória mais elevada da dívida governamental do que a atualmente sugerida pela nossa base de dados". "O panorama sobre a avaliação de longo prazo é negativo", acentuou.






A agência atribuiu sua decisão às medidas fiscais acordadas entre o Congresso e a Casa Branca para garantir a estabilização da dívida em médio prazo. Para a S&P, elas são insuficientes para garantir a estabilidade fiscal do país e sua capacidade de pagar as dívidas. O governo dos EUA acumula US$ 14,3 trilhões em dívidas, o equivalente a mais de 90% do Produto Interno Bruto (PIB).






Até o momento, a agência de avaliação de risco Moody"s havia se manifestado com o possível rebaixamento da nota dos EUA, mantida em AAA desde 1917, em médio prazo. Mas se esquivara de tomar a iniciativa por enquanto, assim como a Fitch. Apenas a agência chinesa Dagong Global havia tomado a iniciativa nesta semana, ao reduzir a nota de risco dos EUA de A+ para A.






PARA ENTENDER











As agências de classificação de risco avaliam a capacidade de um emissor de dívida honrar o pagamento do papel que emite. Pode ser uma empresa, um governo ou um fundo de crédito, entre outras instituições. As agências são contratadas pelos próprios emissores da dívida para atribuir um rating (nota) aos títulos. Os emissores têm interesse em mostrar aos investidores a visão das agências sobre seus títulos. Com isso, aumenta a demanda pelos papéis. As três principais agências do mundo, pela ordem, são: Standard & Poor’s, Moody’s e Fitch. 


Só pra Lembrar:
 
O ex.Presidente Lula já havia sujerido a criação de uma nova moeda mundial em 2007.

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