O rombo na Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), em 2001, foi de R$ 1,7 bilhão. O senador Jader Barbalho (PMDB-PA), envolvido no caso, renunciou ao mandato para não ser cassado. No ano passado, voltou a se candidatar. Teve 1,8 milhão de votos, mas acabou barrado pela Lei da Ficha Limpa. Ontem, em julgamento apertado, o Supremo Tribunal Federal devolveu-lhe o mandato, mantendo o entendimento de que a lei não valeu para as eleições do ano passado. Por ironia do destino, Barbalho, envolvido em fraudes de R$ 1,8 bilhão, recuperou o mandato no mesmo dia em que foi quebrado o recorde de gastos dos brasileiros com impostos. De acordo com o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, até ontem os cidadãos honestos já tinham pago R$ 1,4 trilhão em tributos. Dá o que pensar.
O desvio na Sudam, que tinha tirado o mandato agora recuperado pelo senador Jader Barbalho, é apenas mais um entre tantos que inundam as páginas de jornais quase que diariamente. O brasileiro paga muito imposto, é refém de uma das mais altas cargas tributárias em todo o mundo, mas não recebe a contrapartida do Estado em forma de serviços e obras que melhorem a sua vida. Muito antes pelo contrário. É obrigado a pôr os filhos na escola particular, porque a qualidade da escola pública deixa a desejar. É obrigado a pagar plano de saúde porque os hospitais públicos mal conseguem atender os que não têm como arcar com a despesa, geralmente alta.
É nesse cenário que se deve discutir a impunidade. Ela não beneficia criminosos e fica só nisso. Ela é responsável por piorar a qualidade de vida dos brasileiros, porque a certeza de não ser punido é que leva os políticos a corromperem e serem corrompidos na maior cara de pau. A conta, que é salgada, muito salgada, quem paga é você.
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