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sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Ex-vereadores ligados à máfia dos fiscais são cabos eleitorais de Russomano

José Izar, Vicente Viscome, Zé Índio e ArchibaldoZancra: uns foram presos e outros estão respondendo processo em liberdade.
Quatro ex-parlamentares envolvidos em escândalo do governo Pitta integram campanha do candidato do PRB.

Com informações de Diego Zanchetta

Quatro ex-vereadores envolvidos no escândalo da máfia dos fiscais dão suporte à candidatura do líder nas pesquisas de intenção de voto em São Paulo, Celso Russomano (PRB), inclusive com participações em reuniões da campanha.

foram acusados de participar de um esquema que teria arrecadado R$473 milhões em propinas de camelôs ilegais entre 1997 e 2000, durante a gestão Celso Pitta – Izar e Viscome foram condenados. Hoje, estão na linha de frente na busca de votos para Russomano na zona leste da cidade.

A entrada dos quatro envolvidos no escândalo teve o aval de um dos coordenadores da campanha de Russomano, o deputado estadual Campos Machado (PTB), dizem integrantes da coligação que apoia Russomano ouvidos pelo Estado. Segundo eles, foi uma forma de “suprir a carência” de bases regionais.

Condenado pelo crime de extorsão, Viscome passou seis anos preso. Agora tenta voltar à Câmara Municipal pelo PRP. Ele é o principal cabo eleitoral de Russomano na Mooca, onde tem uma concessionária de veículos.

A propaganda do ex-parlamentar ao lado do candidato do PRB está por todos os lados no tradicional bairro de imigrantes italianos.

Com forte influência sobre os comerciantes e apoio de parte do Clube Atlético Juventus, Viscome tem pedido votos para Russomano nos eventos de que participa e para associações de bairros e paróquias da Igreja Católica. As placas e cavaletes de Viscome levam a foto de Russomano.

José Izar, também condenado a oito anos de prisão – ele recorre em liberdade –, participa de eventos de campanha do líder nas pesquisas e até ofereceu suporte jurídico ao comitê. O ex-advogado do Corinthians também comanda a busca de votos em regiões do Brás e do Tatuapé, onde mantém ligação com os comerciantes.

O ex-vereador, um dos pivôs do escândalo da máfia dos fiscais, ficou célebre pelo discurso que o salvou de cassação na Câmara Municipal em 1999. No alto do plenário, um pouco antes de ser absolvido, insinuou ter “na mão” seus colegas vereadores. “Minha mão deve ser uma mão de gigante, porque eu tenho mais ou menos 35 amigos nesta Casa. São amigos que tenho certeza que jamais vou esquecer”, disse o então vereador na tribuna.

Outro envolvido no escândalo que está na linha de frente da campanha de Russomano na região da Vila Prudente é o ex-vereador Archibaldo Zancra. Com influência política na Administração Regional da Vila Prudente na época da máfia dos fiscais – as Regionais foram substituídas pelas subprefeituras na gestão Marta Suplicy –, Zancra é figura presente no comitê de Russomano. Na segunda-feira, 1, por exemplo, passou a tarde no QG da campanha, na zona sul.

O ex-vereador também organizou um evento para o candidato, no dia 25, no Círculo dos Trabalhadores Cristãos, na Vila Prudente.

Zé Índio, que agora ajuda a pedir votos para Russomano no Tatuapé e na Vila Prudente, era um dos chefes da Administração Regional da Mooca quando estourou o escândalo de achaque de vereadores contra camelôs.
Vereador por três mandatos e ex-deputado federal, ele também foi investigado pela Operação Hurricane, da Polícia Federal, sob suspeita de formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva e concussão no caso da máfia dos bingos, em 2006.

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