Os governos do Brasil e da Namíbia querem fortalecer suas relações em
defesa, estendendo para as áreas do Exército e da Aeronáutica a
bem-sucedida cooperação existente hoje entre as marinhas das duas
nações. A intenção foi manifestada em comunicado conjunto divulgado
durante a visita oficial de dois dias realizada esta semana pelo
ministro da Defesa, Celso Amorim, à cidade de Windhoek, capital do país
africano.
Acompanhado de comitiva integrada por representantes de seu ministério e
de empresários da indústria nacional de material militar, Amorim
participou de reunião bilateral na sede do Ministério da Defesa
namibiano. Durante o encontro, do qual participaram o ministro da
defesa, Nahas Angula, e os principais chefes militares do país africano,
foram discutidos vários temas relacionados à cooperação em defesa.
As delegações manifestaram a intenção de aumentar o número de exercícios
militares, e também de ampliar os projetos conjuntos na área
industrial, com o objetivo de melhorar a capacidade produtiva e
operacional dos dois países no setor de defesa.
Nahas Angula fez uma breve exposição sobre o cenário geopolítico
africano, destacando as preocupações de seu país com o aumento da
pirataria, do tráfico de drogas, da pesca ilegal e de outras atividades
ilícitas nas águas do Oceano Atlântico que banham a costa da Namíbia e
de outras nações africanas.
Em resposta, Celso Amorim afirmou que o Brasil compartilha das
apreensões namibianas em relação ao aumento das atividades ilegais.
Durante a conversa, ambos concordaram em ampliar o trabalho conjunto
bilateral, e no âmbito de foros como a Zopacas, para manter o Atlântico
Sul como zona de paz e livre de ameaças.
Agradecimento presidencial
Após
reunir-se com seu contraparte namibiano, Amorim foi recebido no palácio
do governo pelo presidente do país, Hifikepunye Pohamba. O ministro
brasileiro entregou a Pohamba uma carta da presidenta Dilma Roussef. No
documento, Dilma reitera a disposição do governo brasileiro de ampliar a
cooperação com o país africano em setores diversos, entre os quais o de
defesa.
Depois de ler com atenção a carta, Pohamba afirmou compartilhar com a
presidenta brasileira as mesmas preocupações e visões sobre a situação
da África, de outras regiões do mundo, e sobre as relações entre os
países. Em seguida, dirigindo-se ao ministro Celso Amorim, fez um
sincero agradecimento ao Brasil pelo apoio prestado pelo país na
constituição da Marinha namibiana.
De fato, há quase duas décadas, a Marinha do Brasil tem mantido um forte
programa de cooperação com a força naval da Namíbia, que inclui desde a
formação de oficiais e praças militares em escolas brasileiras até a
doação e venda de navios. Como consequência dessa relação, muitos
oficiais namibianos falam português, e outros se encontram atualmente
fazendo cursos em instituições de ensino da Marinha.
No
âmbito da cooperação, o Brasil mantém uma missão com cerca de 40
militares da Marinha, sediados no porto de Walvis Bay. Em abril deste
ano, o novo navio-patrulha oceânico que será incorporado à Força Naval
brasileira, o Apa, visitará Walvis Bay, onde deverá participar de
operações conjuntas no mar com os militares namibianos. O Apa é o
segundo navio-patrulha oceânico dos três adquiridos junto à Inglaterra a
ser incorporado à Marinha do Brasil.
Além de encontrar-se com o presidente da Namíbia, Celso Amorim manteve
encontros de trabalho com outras autoridades do país, entre as quais o
primeiro ministro, Hage Geingob. Oficiais-generais e superiores das
Forças Armadas receberam grupo de empresários brasileiros numa reunião
em que estes últimos puderam apresentar alguns de seus projetos e
produtos.
Integrante da comitiva brasileira, o comandante do Exército, general
Enzo Peri, foi recebido por seu contra parte namibiano. Durante a
visita, a comitiva brasileira contou com apoio da embaixadora do Brasil
no país, Ana Maria Sampaio Fernandes. Antes de passar pela Namíbia, a
comitiva esteve em Angola, também em visita oficial.
Fonte: Ministério da Defesa
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