O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou em crise mundial na noite desta terça-feira, no Rio, que a crise mundial está se tornando "mais política do que econômica".
"É um problema muito mais de falta de decisão política do que de falta de dinheiro. Poderiam ter resolvido o problema da Grécia em 2008. Não resolveram e virou problema da Itália, de Portugal, da Espanha", afirmou.
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Lula disse que os países ricos deveriam se mirar em exemplos latino-americanos e africanos para resolver a crise. "Os países ricos estão passando por dificuldades, e muitas. Quando a dificuldade era nossa, eles sabiam de tudo. Agora que é deles, eles não sabem de nada. Poderiam chamar o Evo Morales para saber como ele fez na Bolívia. A Bolívia estava quebrada. Agora tem US$ 15 bilhões de reserva. O índio é esperto, gente", disse o ex-presidente, que vestia justamente um casaco boliviano presenteado por Morales.
O petista disse que os países ricos deveriam gastar menos com bancos e mais para incentivar o consumo. "Eu sempre fui contra fazer apologia do consumo. Em 2008, eu fui à TV fazer apologia do consumo responsável, e isso nos ajudou a sair da crise."
O ex-presidente afirmou que tinha razão quando disse que a crise, para o Brasil, seria uma marolinha, e que o país seria o último a entrar e o primeiro a sair dela. Ele afirmou que o Brasil tem uma situação "confortável" por causa do seu forte mercado interno, da dívida pública relativamente pequena e do acúmulo de reservas, e que deve se aproveitar desse status para batalhar por mudanças na economia global.
"O Brasil vai ter que brigar muito no G20 para mudar as coisas. Ver se conseguimos construir uma cesta de moedas, porque ninguém pode ficar à mercê dos americanos fazerem seus ajustes do jeito que eles querem fazer, sem pensar em como isso vai afetar os outros."
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