por Luiz Carlos Azenha
Os distúrbios acontecem também em Bristol, Birmingham e Liverpool.
David Winnick, deputado, citado pelo jornal britânico Guardian: “Os saqueadores se aproveitam mais isso não altera o fato de que, apesar do progresso que sem dúvida foi feito entre a polícia e as comunidades, onde há maior porcentagem de negros, as relações não são tão boas quanto deveriam. Há acusações, já ouvidas no comitê de assuntos domésticos, de que os negros são parados e submetidos a revista mais frequentemente [que os brancos, pela polícia]. Isso não pode se basear em suspeitas de terrorismo. Se você acrescentar a privação contínua, o desemprego crescente e um sentimento de falta de oportunidade, se torna uma mistura tóxica”.
Como aconteceu na primavera árabe, quando se falou na revolução do Facebook, no Reino Unido tem gente dizendo que são os saques do Blackberry, por causa de um serviço de mensagens coletivas, gratuito, muito usado por adolescentes e pré-adolescentes.
Mas a gente prefere errar explorando outras avenidas, como a do criminalista John Pitts, citado também pelo Guardian:
“Muitas das pessoas envolvidas são de famílias de baixa renda e alto desemprego e muitos, se não a maioria, não tem um futuro legítimo. Eles sentem que podem racionalizar [suas ações] atacando grandes corporações. Sentem que estas companhias tem muito dinheiro, enquanto eles tem pouco. Os saqueadores logo notam que a polícia não consegue controlar a situação, o que os leva a um tipo de euforia causada pela adrenalina — de repente, você está no controle e ninguém pode fazer nada. Já fomos definidos pelo que fazíamos, agora somos definidos pelo que compramos. Essas grandes lojas estão no negócio de tentar [os consumidores] e então, de repente, essas pessoas descobrem que podem simplesmente entrar na loja e ter tudo o que desejavam”.
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