O presidente dos EUA, Barack Obama, disse na noite desta segunda-feira numa coletiva de imprensa em Washington que seu governo seria contrário ao reconhecimento do Estado palestino na ONU.
Numa coletiva com correspondentes de língua espanhola na capital americana, o presidente disse que seu país se "oporia firmemente" a uma potencial solicitação palestina ao Conselho de Segurança das Nações Unidas para que a Palestina passe a integrar o organismo, atualmente com 193 países, como um Estado.
Obama acrescentou que tal reconhecimento só serviria de "distração e não resolveria o problema" entre israelenses e palestinos.
Segundo informações divulgadas pelos palestinos nos últimos meses, o presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmoud Abbas, deve solicitar à ONU a entrada da Palestina como Estado no dia 23 de setembro.
"Já foi confirmada a data do discurso de Mahmoud Abbas: é 23 de setembro. Acho que ele aproveitará essa possibilidade para anunciar nossa solicitação de ingresso na ONU", disse Nabil Shaath, o responsável de Relações Exteriores do movimento Fatah recentemente.
O diplomata não descartou que a solicitação palestina não receba o apoio das Nações Unidas, devido à oposição de alguns países, como os Estados Unidos, principal aliado de Israel. "Se for necessário, nos dirigiremos aos tribunais internacionais", disse.
Shaath fez tais afirmações no fim de agosto durante uma visita à Rússia, país que já antecipou que apoiará a solicitação palestina perante as Nações Unidas.
Mohammed Ballas/Associated Press | ||
Palestinos preparam cadeira simbólica na cidade de Jenin |
O "Estado da Palestina" proposto possui as fronteiras anteriores à Guerra dos Seis Dias de 1967, que são internacionalmente aceitas, mas rechaçadas por Israel. Ele inclui Gaza, Cisjordânia e, como capital, Jerusalém Oriental.
O procedimento estabelecido para que um país seja admitido como novo Estado membro da ONU estipula que, após apresentar a solicitação formal à Secretaria-Geral, nove dos 15 membros do Conselho de Segurança devem apoiá-lo, entre eles os cinco permanentes com direito de veto.
Em caso da proposta ser aceita o Conselho recomenda então à Assembleia Geral debater a incorporação do novo membro, que deve ter a aprovação de dois terços da câmara.
Os palestinos esperam conseguir que a Palestina seja aceita como Estado-membro na ONU em setembro e eles já têm uma cadeira para isso.
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