Aiatolá Khamenei
12/10/2011, PressTV, Teerã -
Entreouvido na Vila Vudu:
Não há dúvidas de que o espaço de discurso que a inteligência ocidental não está sabendo ocupar está sendo ocupado pelos líderes políticos e religiosos islâmicos.
Eles sempre dizem melhor do que nós. Esse é hoje o nosso principal problema, na luta discursiva.
O Aiatolá Khamenei tem o que dizer sobre Occupy Wall Street e o capitalismo.
Mas nem Occupy Wall Street (nem os comunistas) temos o que dizer (que preste!) sobre o que diz o Aiatolá Khamenei. E, isso, sem falar que entre o que diz o Aiatolá Khamenei e o que dizem os williamwaacks, só doido varrido preferirá os williamswaacks.
Em fala para uma multidão de iranianos, na província de Kermanshah, no oeste do Irã na 4ª-feira, o Grande Aiatolá Khamenei destacou a importância do movimento “Occupy Wall Street”, contra a ganância dos grandes conglomerados, nos EUA.
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“O governo dos EUA, que diz defender a liberdade de expressão, fez o possível para reduzir o impacto nacional dos protestos, e nada comentaram sobre as multidões nas ruas das cidades norte-americanas, mesmo duas, três semanas depois do início do movimento” – disse o Grande Aiatolá.
Mas, acrescentou, por mais que o governo dos EUA faça para reprimir os protestos, nada faz contra as causas da corrupção no sistema capitalista. “O capitalismo corrupto não poupa nenhuma nação, nem o povo dos EUA” – disse o Grande Aiatolá.
Nas demonstrações em New York, disse o Grande Aiatolá, as pessoas exibem cartazes em que se lê “Somos os 99%”, para significar que o 1% que resta está com seus dias contados.
Destacou que aquele 1% dos norte-americanos são os mesmos que fizeram guerra contra o Iraque. “São os mesmos, também, que apóiam o regime israelense” – o Grande Aiatolá lembrou. E prosseguiu: “Estão fazendo todos os esforços para salvar Israel. Em vez de lutar para salvar os povos do mundo muçulmano, fazem o que podem para manter vivo o tumor canceroso”.
O Grande Aiatolá denunciou a violência dos policiais norte-americanos contra o povo que se manifesta pacificamente. “É violência que já não se via no mundo, nem em países subdesenvolvidos governados por ditaduras. O sistema capitalista nos EUA e no ocidente está preso num impasse total” – concluiu o Grande Aiatolá Khamenei.
Os protestos nos EUA, chamados “Occupy Wall Street” contra a prevalência da corrupção nos altos escalões da sociedade, e a miséria e desigualdade social que se espalham pelos EUA, começaram em New York em meados de setembro e já chegam hoje a cerca de 70 cidades em todo o país.
O movimento cresce, à medida que crescem o desemprego – que chegou a 9,1% em agosto – os despejos das famílias e o chamado “resgate” de grandes bancos, fatores que levaram os cidadãos a se organizar e protestar.
Os manifestantes usam o slogan, “Somos os 99%”, declarando assim que não são o 1% de americanos que controlam a maior parte da riqueza da nação.
Em fala aos comandantes do exército, numa base militar também em Kermanshah na 5ª-feira, o Grande Aiatolá disse que “o poder crescente da República Islâmica é a causa principal que arrasta as potências arrogantes a promover a iranofobia e a islamofobia”.
“O arrogante governo dos EUA enfrenta problemas descomunais e está preso em dificuldades imensas, que são, exclusivamente, resultado de suas políticas erradas e de seu desempenho escandaloso” – disse o Grande Aiatolá.
“Meios materialistas, atitude arrogante, espírito agressivo e belicista não ajudarão os EUA a arrancar-se do pântano que construíram para eles mesmos no Afeganistão. Muito melhor solução para a própria vida e a convivência pacífica de todos os povos é a solução que a República do Irã construiu: uma combinação de lógica, sabedoria e espiritualidade” – disse o Grande Aiatolá.
Lembrou que a firme coragem e a vitória da nação iraniana, nos oito anos de guerra impostos pelos EUA ao Iraque, provam aos olhos do mundo que invadir o Irã é empresa temerária, que não se fará sem altos custos.
“Os clérigos xiitas e sunitas devem manter-se muito vigilantes contra complôs e golpes, e devem buscar meios para resistir às maquinações do inimigo, mediante reuniões constantes e estreita cooperação” – disse o Grande Aiatolá Khamenei, na 4ª-feira, em reunião com clérigos, intelectuais e alunos, na província de Kermanshah.
O Grande Aiatolá classificou as ondas de apoio que o Islã vem encontrando em todo o mundo em três estágios: “a primeira onda de apoio ao Islã começou a tomar forma com a vitória da Revolução Popular Islâmica no Irã”. A segunda onda começou depois do fracasso do sistema comunista da URSS.
Para o Grande Aiatolá, os recentes levantes populares no Oriente Médio e Norte da África, e o desapontamento do ocidente com os resultados com que o capitalismo castiga as grandes populações são o início da terceira onda de apoio ao Islã, que se inicia agora.
Pesquisado do redecastorphoto
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