Guerrilheiro Virtual

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Folha confessa: PSDB saiu fragilizado

O jornalista Fernando Rodrigues, da Folha, não morre de amores pelas forças de esquerda. Muito pelo contrário. Mas ele tem o mérito de mexer com números, tabelas, dados concretos. Quando expõe o resultado destes estudos, sem partidarizar os seus textos, ele ajuda na complexão da realidade. Com base nestas pesquisas, ele hoje concluiu que o PT e o PSB foram os vencedores do primeiro turno das eleições municipais e que o PSDB saiu do pleito fragilizado. Vale conferir o seu "balanço preliminar":
 
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O PT e o PSB saem mais fortes das eleições municipais. Embora menor em tamanho, e até por isso conseguiu avançar mais, o PSB teve mais sucesso do que o PT.
 
O PSDB está mais frágil. Poderá minimizar esse fato com vitórias em disputas de segundo turno para as quais a legenda se qualificou – sobretudo em São Paulo.
 
Partidos que perderam em tamanho e devem fazer uma autocrítica: PMDB, PP, PDT, PTB e DEM. O Democratas é o que enfrenta a maior crise, pois perdeu mais de 200 prefeituras e quase 5 milhões de votos se comparado ao que obteve em 2008.
 
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O festival de besteiras dos "calunistas"
 
A conclusão de Fernando Rodrigues deveria servir de reflexão – ou de internação – para alguns outros “calunistas” da mídia, metidos a especialistas em política e eleições. Eles apostaram na derrota do PT e das esquerdas e no ressurgimento da direita nativa. Sem adotar o receita de FHC, a que tanto bajulam e veneram, eles não deviam esquecer as besteiras que escreveram durante a campanha. O blog do jornalista Luis Nassif ajudou neste esforço ao listar as previsões – ou torcida – destes “formadores de opinião”. Cito alguns delas:   
 
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1. Dora Kramer (Estadão - 4/10)
a) Citando "outros".
 
Lula não é mais aquele, sua liderança se esvai e sua influência míngua, constatam analistas, cientistas, especialistas em geral.
 
b) Opinando.
 
Verdade que ele [Lula] não inspira o mesmo entusiasmo entre os que até outro dia o consideravam um oráculo nem provoca o mesmo temor entre aqueles que, na oposição, evitavam enfrentá-lo. No ambiente dos políticos e partidos aliados tampouco priva da reverência de antes.
 
 
2. Merval Pereira (7/10)
A “mais complicada” eleição paulistana pode acabar deixando de fora da disputa Fernando Haddad, o candidato que o ex-presidente tirou do bolso de seu colete, outrora considerado milagreiro. Terá sido a primeira vez em que o PT não disputará o segundo turno na capital paulista, derrota capaz de quebrar o encanto que se criou em torno das qualidades quase mágicas do líder operário tornado presidente.
 
 
3. Ricardo Noblat (27/9)
Enquete: Pesquisas mostram PT fraco nas capitais. Aponte o motivo
 
 
4. Editorial do "Estado de S. Paulo": Lula está definhando? (30/9)
 
 
5. João Ubaldo Ribeiro (30/9)
Ele [Lula] insistirá e talvez ainda o vejamos perder outra eleição em São Paulo. Não a do Haddad, que aparentemente já perdeu. Mas a dele mesmo, depois que o mundo der mais algumas voltas e ele quiser iniciar uma jornada de volta ao topo, com esse fito candidatando-se à prefeitura de São Paulo.
 
 
6. Fernando Gabeira (28/9)
Ao longo de minhas viagens observei que o mensalão não havia afetado as eleições municipais. Mas o processo está em curso. Algumas cidades já estão afetadas, como São Paulo e Curitiba. Nesta ocorre algo bastante irônico: o candidato Gustavo Fruet (PDT) é acusado de ter o apoio do PT e por isso perde votos. Fruet foi um dos deputados que investigaram o mensalão na CPI dos Correios.
 
 
7. José Roberto de Toledo - Consumismo, mensalão e voto (24/9)
Um resultado possível a sair das urnas é o PT, desgastado pelas condenações do mensalão, perder espaço nas capitais mas crescer no interior. Será mais um passo para virar o novo PMDB.
 
 
8. Rogério Gentile (20//9)
O julgamento no STF tem afetado Haddad, que está com um desempenho inferior ao tradicional do PT.Uma eventual condenação de José Dirceu pode agravar sua situação, por mais que ele tente se desvincular do colega de partido.
 
 
9. Cláudio Humberto (22/8)
SÓ NO TRANCO
Apadrinhado de Lula, Haddad esperava atropelar Serra com a entrada da presidente Dilma e de Marta Suplicy na campanha. Deu chabu.
 
 
10. Marco Antonio Villa (7/10)
O grande perdedor é o Lula. Até agora, ele fracassou em suas principais movimentações. Se a candidata fosse Marta Suplicy em São Paulo, ela estaria no segundo turno.
 
 
11. Tuíte da revista "Veja" (7/10)
 @VEJA: Derrocada do PT e disputas acirradas marcam eleições
 
 
PT campeão de votos; PSB é o que mais cresce

partidos PT campeão de votos; PSB é o que mais cresce
Fechadas as urnas e anunciados os resultados em todo o País, contrariando as pesquisas e a torcida dos analistas da grande mídia, que previam a sua derrocada por conta do julgamento do mensalão, o PT surge como o grande campeão de votos do primeiro turno destas eleições municipais.
 
Com um crescimento de 4,3% em relação à disputa de 2008, o PT somou 17,3 milhões de votos e ficou em primeiro lugar. Em segundo, aparece o PMDB, principal aliado da base governista, com 16,7 milhões de votos, registrando uma queda de 9,8% na comparação com a eleição anterior.
 
Também o maior partido da oposição, o PSDB, que explorou o mensalão em suas campanhas, caiu em relação a 2008: com um total de 13,9 milhões de votos nas eleições de domingo, sofreu uma queda de 4,3%.
 
Em número de prefeituras, o PMDB se manteve na liderança, embora tenha caído 15% no total de vitórias, passando de 1.200, em 2008, para 1.061 agora. O PSDB continua em segundo, mas sofreu queda de 13% no total de prefeituras, tendo ficado com 688. Com 627, o PT aparece em terceiro lugar, mantendo um crescimento contínuo desde 1996.
 
E quem mais cresceu nesta eleição foi o PSB, que derrotou o PT, seu antigo aliado, em Belo Horizonte e no Recife. O partido de Eduardo Campos registrou um crescimento de 51% no total de votos, passando de 5,7 para 8,6 milhões, e no número de prefeituras (433), 41% a mais do que em 2008.
 
Assim mesmo, o PSB ainda ficou abaixo do PSD de Gilberto Kassab, que nem existia na eleição anterior, e agora já aparece com 493 prefeituras conquistadas.
 
Na outra ponta, o DEM, que se chamava PFL quando chegou a eleger 1.028 prefeitos nas eleições de 2.000, despencou para apenas 274 nesta eleição.
 
Passando a régua nestes números, ainda faltando as eleições de segundo turno em 50 municípios, no próximo dia 28, chega-se a uma importante vitória dos partidos da base aliada da presidente Dilma Rousseff, enquanto os dois maiores partidos de oposição registram queda, tanto em quantidade de prefeituras conquistadas como em total de votos.
 
Os "não votos"
 
Confirmando as constatações feitas aqui no Balaio, na semana passada, sobre o desencanto com a política demonstrado nesta campanha eleitoral, 2,5 milhões dos 8,5 milhões de eleitores de São Paulo não votaram em ninguém (1,5 milhão nem foi votar).
 
Entre abstenções, votos brancos e nulos, o total chegou a 28,9% dos eleitores, recorde nos últimos anos, exatamente o mesmo índice (28,98%) de votos alcançado por Fernando Haddad, do PT, que disputará o segundo turno contra José Serra, do PSDB, vencedor do primeiro turno, com 30,75%.
 

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