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quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Lucro dos bancos cresce na crise; Ocupação de Wall Street é só o começo

"Em meio a crise, bancos têm mais lucros
Americanos Citibank e Wells Fargo registraram aumento em relação a 2010, apesar da crise econômica mundial. Lucro das instituições financeiras é um dos maiores combustíveis da onda de protestos em vários países do mundo" (FSPaulo 18/10/2011)

Para quem ainda tem dúvidas sobre o caráter criminoso da atividade financeira privada, aí vai mais uma prova. Em meio à brutal crise econômica, geradora de desemprego em massa por conta da absoluta desregulamentação do chamado "livre mercado",  a essência predadora e anti-humana do regime capitalista não cessa de se reafirmar. Essência predadora e anti-humana que submete governos eleitos à total dominação de um restrito grupo hegemônico de poucas grandes corporações, transformando experiências promissoras em traições consumadas (para evitar maiores polêmicas, me limito a citar Obama). Dois dos maiores bancos especuladores com títulos de dívidas públicas por todo mundo, além de geradores de derivativos podres por toda parte, revelam elevação exponencial de seus lucros, em meio ao momento mais grave da crise que faz balançar governos, por conta de manifestações raivosas nas principais capitais das maiores potências capitalistas. Lucros que são garantidos pelos aportes de bancos centrais, quando não pelas atividades criminosas, e pelas isenções tributárias injustificáveis que lhes são proporcionadas pelos governos servis, nesse capitalismo sem risco que professam.

Detalhes, no corpo da matéria a seguir, e que nos faz perguntar: do que mais precisamos para compreender que a atividade financeira é importante demais para estar nas mãos de banqueiros privados?

"Em meio à persistente crise financeira mundial e a protestos contra as grandes corporações em Wall Street, o Citigroup, terceiro maior banco americano em ativos, e o Wells Fargo, o maior dos EUA por valor de mercado, anunciaram ontem aumento nos lucros do terceiro trimestre em relação ao ano passado.

No Citigroup, o crescimento chegou a 74%, o equivalente a US$ 3,77 bilhões. O Wells Fargo registrou 21%.

Segundo o Citigroup, seu lucro por ação no mesmo período foi de US$ 1,23 -bem superior aos US$ 0,72 de um ano atrás e maior do que a estimativa dos analistas, que previam US$ 0,81. De julho a setembro, a receita do banco foi de US$ 20,8 bilhões.

O elevado crescimento foi impulsionado por um ajuste contábil e pelas operações internacionais do banco.

O grupo contabilizou um ganho de US$ 1,9 bilhão associado a uma mudança na valorização de sua própria dívida, e a continuação da redução nos prejuízos com empréstimos ruins permitiu que o banco baixasse em US$ 1,4 bilhão sua reserva para perdas com empréstimos.

Em comunicado, o diretor presidente do grupo, Vikram Pandit, comemorou os bons resultados em tempo de crise.

"A turbulência dos mercados nos últimos meses -movida por fatores que vão do crescimento global aos problemas com dívidas soberanas na Europa- afetaram a economia inteira, inclusive o setor financeiro. Mas, a despeito de tudo isso, nossa empresa teve um bom desempenho", disse.

Apesar do aumento do Wells Fargo, que faturou US$ 4,1 bilhões no trimestre, seu lucro por ação ficou US$ 0,01 abaixo das estimativas, que eram de US$ 0,73. A receita do banco teve recuo de 6%.

O lucro das grandes instituições financeiras é um dos principais alvos dos "indignados de Wall Street", que já protestam há um mês em Nova York e, no sábado passado, receberam apoio de milhares de pessoas de 82 países.

Nesse dia, pelo menos 20 manifestantes foram presos quando tentavam invadir uma filial do Citibank.

Ontem, o diretor executivo do Wells Fargo, John Stumpf, disse entender "parte da ansiedade e da raiva" dos indignados. "Essa crise tem sido muito longa, o desemprego está muito alto, e as pessoas estão sofrendo. Nós compreendemos."
 
Pesquisado do Luta que Segue

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