Gosto muito de estatísticas, apesar de ter um receio danado de fazer parte delas em determinadas situações.
Por exemplo: minha morte seria apenas um traço na estatística populacional. E isso é a comprovação de que a minha vida também é. Portanto, prefiro entrar naquelas em que seja revelada alguma coisa boa que eu puder fazer para a humanidade. É a única chance que eu tenho de mudar meu traço na morte e, portanto e também, mudar a minha vida. Estatisticamente, aliás, um bem à humanidade não passa de um traço, seja que bem for esse. Já um mal costuma apresentar cifras elevadas dos “por cento”. Acho que o exemplo mais gritante para ilustrar isso seja o das guerras. Normalmente causadas por uma meia dúzia de pessoas alopradas, onipotentes, quiçá malucas (um traço na estatística), envolvem um grande percentual de humanos e matam um outro grande percentual de gente.
A última estatística (que estarreceu uma pequena parcela de gente) foi a divulgação de dados de levantamento feito por um banco suíço de que 1% da população mundial controla 40% de toda a riqueza produzida no mundo*. Isto sim, é estatística para derrubar qualquer conceito decente de democracia capitalista Ela pode explicar talvez o motivo (pelo menos o maior de todos) das mazelas do mundo, já que somos movidos pelo dinheiro. E olhem que os suíços entendem muito de números, não só pela precisão dos relógios que os deixaram famosos como também por guardaram carinhosamente uma boa parcela do dinheiro dos ricos do mundo em seus bancos chamados de paraísos.
Outra estatística ruim de se fazer parte é a da maioria do eleitorado. A história da nossa jovem, mas capenga democracia mostra que aqueles que venceram sempre corresponderam à maioria dos votos que receberam mas não corresponderam à maioria dos desejos de quem os elegeu. Todos governaram e legislaram mais em causa própria e para quem os financiou as campanhas do que qualquer outra coisa. Um percentual baixíssimo de privilegiados e ricos. Basta voltar à estatística dos suíços para confirmarmos esta afirmativa.
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- 231 trilhões de dólares é a estimada riqueza existente no mundo
- Apenas 37 milhões de pessoas tem juntas 89 trilhões de dólares
- Sobram 142 trilhões para serem divididos por 6 bilhões e 900 milhões de pessoas
- Se parassem tudo agora como está e resolvessem dividir o bolo igualmente com o resto da população, sobrariam 21 mil dólares para cada um. O preço aproximado de um carro popular.
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