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quarta-feira, 25 de abril de 2012

AVIÃO NÃO-TRIPULADO DA BRASILEIRA “FLIGHT” VENCE LICITAÇÃO DA AERONÁUTICA

Duas novas famílias de sistemas de comando e controle baseadas em Veículos Aéreos Não-Tripulados VANT, o Horus 100 e o Horus 200 da “Flight Technologies” (na foto, o miniVANT de 6 quilos Hórus 100, portátil e que pode ser lançado à mão)

“FLIGHT” VENCE LICITAÇÃO DA AERONÁUTICA PARA AVIÃO NÃO TRIPULADO

“A ‘ Flight Technologies’ venceu uma licitação para desenvolver tecnologias avançadas de decolagem e pouso automáticos para a Aeronáutica, com contrato de R$ 1,3 milhão. A companhia atua no desenvolvimento de equipamentos eletrônicos [aviônicos] integrados para aeronaves leves e veículos aéreos não tripulados [VANT].

Esse contrato é parte de um projeto mais amplo da Aeronáutica, batizado de sistema de decolagem e pouso automáticos para veículo aéreo não tripulado [DPA-VANT], com investimento total de R$ 4,5 milhões, para desenvolvimento em dois anos, informou o coordenador do projeto no departamento aeroespacial, Flávio Araripe. O valor será coberto integralmente pela Financiadora de Estudos e Projetos [FINEP]. O software embarcado do VANT está sendo desenvolvido pela “Boassan Computação Científica”.

Gerenciado pelo Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA/FAB), em São José dos Campos, o projeto conta com o apoio do Ministério da Defesa e a participação do Centro Tecnológico do Exército e do Instituto de Pesquisas da Marinha.


O desenvolvimento de um sistema de decolagem e pouso automáticos é uma nova fase do projeto VANT, iniciado em 2005 pelo departamento aeroespacial da FAB. Do trabalho, resultou a concepção de um sistema de navegação e controle para esse tipo de veículo.

" A empresa foi contratada para fazer toda a parte de inteligência do sistema, ou seja, as leis e algoritmos de controle da aeronave, elementos essenciais para o sucesso da técnica de pouso e decolagem automáticos", explicou o presidente da “Flight”, Nei Brasil. Araripe, coordenador do projeto, diz que o conhecimento que a “Flight” demonstrou em projetos anteriores, realizados em conjunto com a Aeronáutica e o Exército, foi decisivo para a inclusão da empresa nessa nova fase de desenvolvimento.

A participação da “Flight” inclui a definição de plano de desenvolvimento e de requisitos de integração de sistemas embarcados e dos sensores nas plataformas de voo das aeronaves “Acauã” e “Harpia”. A plataforma a ser usada para testar o sistema de decolagem e pouso automático em voo, segundo o presidente da “Flight”, continuará sendo o veículo “Acauã”, desenvolvido na década de 80 pela Aeronáutica e que já realizou cerca de 70 voos para o projeto VANT.

A tecnologia que envolve o software de navegação, controle e guiagem do VANT da Aeronáutica foi desenvolvida pela “Avibras” em parceria com a “Flight”. " A ‘Avibras’, que é a proprietária intelectual de 40% do projeto VANT, trabalha no desenvolvimento de seu próprio veículo, o “Falcão”, um exemplo claro de "spin off" [cisão e transferência de tecnologia] do setor aeroespacial e de defesa, pois aplicou o conhecimento adquirido no projeto da Aeronáutica para criar um produto inovador", afirma o presidente da “Flight”.
VANT Avibras "Falcão", da classe de 800 kg

A empresa também acaba de fechar nova parceria com a “Avibras” para o projeto do VANT Falcão, que prevê o desenvolvimento do software de supervisão, navegação, guiamento e voo do veículo. O trabalho contempla, ainda, a integração do software nos sistemas embarcados do VANT e um sistema novo, de estabilização da aeronave e de gerenciamento de falhas e supervisão de voo.

Fundada em 2003 por dois engenheiros do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA, do DCTA, da FAB), a “Flight” foi a primeira empresa a instalar-se na “Incubadora de Empresas de Base Tecnológica do CTA” (Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial). Seus principais clientes são a Aeronáutica, o Exército e a Avibras. Para a Polícia Militar de São Paulo, a “Flight” está finalizando a certificação de um display multifunção, usado em helicópteros para fazer navegação urbana.

A “Flight” tem 25 funcionários e prevê faturar R$ 6 milhões este ano. A companhia trabalha para ser uma fabricante aeronáutica especializadas em VANT, diz Brasil.

A empresa já produz miniVANT de 6 quilos (Hórus 100), portáteis e que podem ser lançados à mão, e também de 100 quilos (Hórus 200), ambos já vendidos para o Exército. " O Hórus 100 também tem aplicação civil no setor energético e de agronegócio", diz o presidente da “Flight”. Uma das atividades da empresa é a venda de serviços de operação de VANT para fazer imagens de áreas florestais. "Fizemos alguns projetos em áreas de 100 mil hectares em 2011 e queremos expandir esse trabalho para áreas entre 200 mil e 300 mil hectares", afirma Brasil.
Horus 200, de 100 kg

Um dos problemas enfrentados pela empresa, segundo o executivo, é a falta de regulamentação aeronáutica para a operação de VANT no espaço aéreo brasileiro. "Só podemos operar VANT com uma autorização especial do Departamento de Controle do Espaço Aéreo. A exploração comercial dos nossos produtos, no entanto, vai exigir mudança na legislação brasileira que trata a questão da navegação aérea de um novo tipo de aeronave", explicou ele.”

FONTE:
reportagem do jornal “Valor Econômico” transcrita no site “DefesaNet”  (http://www.defesanet.com.br/aviacao/noticia/5759/Flight-vence-licitacao-da-Aeronautica-para-aviao-nao-tripulado) [Imagens do Google adicionadas por este blog ‘democracia&política’]

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