Em discurso na Câmara Municipal de São Paulo nesta quarta-feira (11), o vereador Agnaldo Timóteo (PR) exaltou a ditadura militar e defendeu os generais que mandaram “meter a porrada” em opositores.
Ele, que é conivente com a prática dos crimes hediondos cometidos pela ditadura acusou a imprensa de não lembrar “coisas maravilhosas” feitas pelo regime ditatorial:
“É uma lástima que os meios de comunicação não se disponham a contar as coisas maravilhosas que foram realizadas neste país pelo regime militar”.
Timóteo também defendeu o uso da força, o que implicava no uso da tortura, pelos ditadores:
“Meia dúzia de brasileiros zé-manés queriam depor o regime militar na porrada. Se sou general, vou deixar os caras me deporem na porrada? Não, mando meter a porrada neles. Que negócio é esse? Governo é governo”.
O vereador discursou durante a sessão que aprovou a criação de uma Comissão da Verdade municipal. Ele criticou a iniciativa e elogiou a Lei da Anistia aprovada em 1979, durante o governo João Figueiredo:
“Em 1979, João Batista de Oliveira Figueiredo disse ‘Lugar de brasileiro é no Brasil’ e trouxe todos de volta, ... a todos voltaram. Então, por que esta Comissão da Verdade de um lado só? Que negócio é esse? Tenha piedade!”, ma não disse que a Lei da Anistia foi unilateralmente a força imposta pelos ditadores para descriminalizar os que praticaram crimes hediondos, como os de tortura e assassinato, precedidos por sequestro e manutenção em cárcere privado.
Este pequeno canalha, filhote da ditadura, só não disse que o golpe de 64 derrubou um governo democraticamente eleito, que contava com o apoio de mais de 60% da população, suprimindo todas as liberdades civis, incluindo o fim do habeas corpus.
Tmóteo não disse que os ditadores forçaram a migração de mais de 20 milhões de brasileiros para as insalubres periferias das grandes cidades, o que hoje, pela miséria institucionalizada por eles geram os bolsões de exclusão social e violência nos grandes centros.
Faltou a ele também dizer que a nossa impagável dívida externa teve origem no endividamento do Brasil provocado por eles. Ele também não disse que a ditadura, comprometida com os interesses do grande capital internacional abriu as nossas fronteiras para a sanha especulativa deste.
Como também "esqueceu de dizer" que o acordo MEC/USAID destruiu com o nosso sistema de educação e pesquisa, o que hoje nos leva a total dependência da tecnologia estrangeira e nos mantém como meros exportadores de produtos primários.
Este cantor de terceira não tem cabedal cultural, ético e moral para estar onde está!
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