Guerrilheiro Virtual

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Colunista estranha Gilmar Mendes ganhar comissão para atrair patrocínios com dinheiro público

Até o colunista do jornal "O Globo" Elio Gaspari acha esquisito o ministro Gilmar Mendes ganhar comissão em seu Instituto por atrair patrocíonios, todos ou quase todos bancados por cofres públicos.

Gaspari leu a reportagem de Leandro Fortes na revista CartaCapital sobre a briga judicial entre os sócios Gilmar Mendes e o ex-procurador-geral da República Inocêncio Mártires Coelho, no Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), e fez a nota:


(...)
Mártires Coelho dirigia o Instituto e foi afastado por Gilmar. No processo, seus advogados acusam o ministro de ter exigido que “lhe fosse dada uma percentagem dos valores doados ao IDP a título de patrocínio para custear seus eventos extracurriculares, tais como congressos, seminários (...).

O motivo/razão para a cobrança desse 'pedágio' era simples, pelo menos aos olhos do cobrador: sem o seu inegável prestígio e sua notória influência, ninguém financiaria tais atividades”. Segundo o documento, o ministro se disse “cansado de ser garoto propaganda do IDP”.

Atualmente, o IDP lista 26 “instituições e empresas conveniadas”. Entre elas estão a Câmara dos Deputados, o Ministério do Trabalho, a OAB do Piauí, um Tribunal Regional do Trabalho e 15 associações e sindicatos de servidores públicos.

Empresa privada, daquelas que o dono tem que se preocupar com o balanço, nenhuma.

O processo foi extinto em setembro do ano passado, a pedido de Mártires Coelho. Ele deixou a sociedade e recebeu R$ 8 milhões.

A assessoria de Gilmar Mendes informou que irregularidades detectadas numa auditoria feita no IDP “foram sanadas”, e o dinheiro pago ao ex-sócio, obtido por meio de um empréstimo bancário.

A essa altura, com a divulgação das razões dos advogados de Inocêncio Mártires Coelho, o segredo de Justiça tornou-se um ônus para Gilmar Mendes e nunca é demais repetir o juiz Louis Brandeis, da Corte Suprema dos Estados Unidos: “A luz do sol é o melhor desinfetante.” (Sabendo que a Corte Suprema pagava pouco, Brandeis resolveu ficar rico antes de ir para lá).

Um ex-procurador-geral da República e um ministro do Supremo Tribunal não organizam um educandário comercial sem amparo nas leis. Quando esse educandário firma convênios com entidades públicas, deve ter sido achada base legal para fazê-lo.

Tudo bem, mas é mais fácil um juiz do Tribunal Constitucional da Alemanha ou da Corte Suprema dos Estados Unidos se associar a um mágico de feira do que se meter em semelhante iniciativa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

”Sendo este um espaço democrático, os comentários aqui postados são de total responsabilidade dos seus emitentes, não representando necessariamente a opinião de seus editores. Nós, nos reservamos o direito de, dentro das limitações de tempo, resumir ou deletar os comentários que tiverem conteúdo contrário às normas éticas deste blog. Não será tolerado Insulto, difamação ou ataques pessoais. Os editores não se responsabilizam pelo conteúdo dos comentários dos leitores, mas adverte que, textos ofensivos à quem quer que seja, ou que contenham agressão, discriminação, palavrões, ou que de alguma forma incitem a violência, ou transgridam leis e normas vigentes no Brasil, serão excluídos.”