Saul Leblon, Carta Maior / Blog das Frases
“A palavra crise dissimula o violento conflito de interesses que redesenha a geografia e a posse da riqueza no processo de derrocada econômica que se esboça na zona do euro nesse momento. Não há faixa de neutralidade no trânsito nervoso do dinheiro que ela provoca. A chantagem dos mercados contra a soberania democrática do povo grego, por exemplo, já produziu a ruína vaticinada por quem sabe materializar suas profecias.
Fugas diárias de US$ 1 bilhão vem desidratando o sistema bancário do país, num cotejo cercado de pânico e ameaças para impedir a vitória da esquerda unida, a Syriza, nas urnas do próximo domingo. Quem não se lembra do que acontece no Brasil, no interregno que antecede o voto, quando uma candidatura progressista roça a porta do poder?
Tudo aquilo de que a mídia nativa é capaz nessas situações deve ser multiplicado agora pela tensão da desordem neoliberal. O produto expressa o peso das marteladas desferidas contra o discernimento de uma população ao mesmo tempo ansiosa e temerosa de assumir o comando do próprio destino.
A hemorragia cambial desidrata também a Espanha, fustiga a Itália e já se insinua em latitudes ao sul. Em maio a conta financeira do Brasil registrou a maior saída líquida de capitais desde a crise de 2008, US$ 5,4 bi; na Argentina, Cristina Kirchner faz o que a soberania recomenda nessas circunstâncias: impõe controles crescentes à saída de dólares, sob protestos das manchetes de sempre. Nenhuma delas tem a dignidade de arguir: quem ganha com a liberdade cambial que sanciona a fuga de capitais em meio a maior crise desde os anos 30? As taxas de juros pagas pelos governos de cada país são um bom indício da resposta.”
Fugas diárias de US$ 1 bilhão vem desidratando o sistema bancário do país, num cotejo cercado de pânico e ameaças para impedir a vitória da esquerda unida, a Syriza, nas urnas do próximo domingo. Quem não se lembra do que acontece no Brasil, no interregno que antecede o voto, quando uma candidatura progressista roça a porta do poder?
Tudo aquilo de que a mídia nativa é capaz nessas situações deve ser multiplicado agora pela tensão da desordem neoliberal. O produto expressa o peso das marteladas desferidas contra o discernimento de uma população ao mesmo tempo ansiosa e temerosa de assumir o comando do próprio destino.
A hemorragia cambial desidrata também a Espanha, fustiga a Itália e já se insinua em latitudes ao sul. Em maio a conta financeira do Brasil registrou a maior saída líquida de capitais desde a crise de 2008, US$ 5,4 bi; na Argentina, Cristina Kirchner faz o que a soberania recomenda nessas circunstâncias: impõe controles crescentes à saída de dólares, sob protestos das manchetes de sempre. Nenhuma delas tem a dignidade de arguir: quem ganha com a liberdade cambial que sanciona a fuga de capitais em meio a maior crise desde os anos 30? As taxas de juros pagas pelos governos de cada país são um bom indício da resposta.”
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