Guerrilheiro Virtual

terça-feira, 19 de junho de 2012

ONU cria outra forma de medir riqueza; Brasil fica em 5ª posição

A ONU lançou no domingo (17) na Rio+20 uma nova forma para avaliar o desempenho econômico dos países. A diferença para os índices existentes, como PIB (Produto Interno Bruto) e IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) é que nesse os recursos naturais entram na conta. 
 
A métrica, batizada de IRI (Índice de Riqueza Inclusiva), inclui, no cálculo do crescimento econômico dos países, recursos como áreas agrícolas, florestas, combustíveis fósseis e reservas minerais.
 
Eles compõem o indicador de recursos naturais, um dos quatro analisados pelo IRI (veja infográfico).
 
O objetivo, dizem os criadores da fórmula, é analisar o desempenho da economia e abater da conta a quantidade de patrimônio natural que os países perdem, à medida que o PIB cresce. 
 
"Há países que tiveram um crescimento recente do PIB explorando seus recursos naturais. Mas essas fontes são esgotáveis", explica Anantha Duraiappah, diretor executivo do Programa Internacional de Dimensões Humanas da Universidade das Nações Unidas, que criou o índice. 
 
A equipe da ONU analisou, no período de 1990 a 2008, o desempenho do IRI em 20 países dos cinco continentes --incluindo o Brasil. Esses países somam 56% da população e 72% do PIB mundial.
 
POSIÇÃO BRASILEIRA
 
O Brasil está em 5º lugar na média de crescimento do IRI per capita no período avaliado (com crescimento de 0,9%), empatado com Japão, Reino Unido e Índia. Trocando em miúdos: o Brasil obteve o 5º melhor crescimento econômico com sustentabilidade no período. 
 
Mas isso não é exatamente uma boa notícia. De acordo com a ONU, o Brasil perdeu 25% dos seus recursos naturais de 1990 a 2008. Isso significa que o IRI do Brasil pode cair no futuro. 
 
Dos 20 países, 14 estão crescendo no IRI, ou seja, estão conseguindo progredir ao mesmo tempo em que preservam suas riquezas naturais. 
 
O melhor índice foi o da China, com 2,1% de crescimento no período. Já a Nigéria, país com pior desempenho, teve uma queda de 1,8%, mas seu PIB per capita aumentou de 2,5% no mesmo recorte temporal. 
 
"Isso mostra que analisar o PIB per capita não é suficiente para avaliar se a economia de um país é sustentável", explica Duraiappah. 
 
COMPETIÇÃO
 
A ideia do IRI, dizem seus criadores, não é "concorrer" com o PIB ou com o IDH, mas sim possibilitar novas formas para analisar o desempenho dos países, principalmente a longo prazo. 
 
"São métricas complementares", afirmou Pablo Muñoz, diretor científico do UNU-IHDP. O indicador é uma resposta da ONU às críticas de que o PIB, principal métrica econômica vigente, está desatualizado. "O PIB é um pouco defasado, pois foi criado no pós-guerra, em outro contexto histórico", disse. 
 
O IRI não concorre com alternativas como o FIB (Felicidade Interna Bruta), adotado no Butão, que considera o bem-estar das pessoas. "O FIB avalia as pessoas e não a situação macroeconômica do país. São objetivos diferentes", diz Duraiappah. 
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

”Sendo este um espaço democrático, os comentários aqui postados são de total responsabilidade dos seus emitentes, não representando necessariamente a opinião de seus editores. Nós, nos reservamos o direito de, dentro das limitações de tempo, resumir ou deletar os comentários que tiverem conteúdo contrário às normas éticas deste blog. Não será tolerado Insulto, difamação ou ataques pessoais. Os editores não se responsabilizam pelo conteúdo dos comentários dos leitores, mas adverte que, textos ofensivos à quem quer que seja, ou que contenham agressão, discriminação, palavrões, ou que de alguma forma incitem a violência, ou transgridam leis e normas vigentes no Brasil, serão excluídos.”