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terça-feira, 31 de julho de 2012

R$ 7 milhões: Russomanno é citado em grampo da Operação Monte Carlo de Cachoeira

Em conversa flagrada pela PF, membros da quadrilha de Cachoeira dizem que R$ 7 milhões em uma conta do grupo seriam do candidato à prefeitura de São Paulo

Ex-deputado federal e candidato à prefeitura de São Paulo, Celso Russomanno (PRB) é citado em um diálogo entre integrantes da quadrilha comandada pelo contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, como sendo detentor de R$ 7 milhões em uma conta operada pela organização criminosa. A conversa foi interceptada pela Polícia Federal (PF), com autorização da Justiça. Nela, Alex Antonio Trindade, apontado pela PF como o membro do grupo responsável pela remessa de grandes valores para fora do país, afirma a um interlocutor identificado apenas como Fábio que ele tinha um contrato assinado como Russomanno e sabia que o montante em questão estava disponível, sendo R$ 4 milhões em um cofre e os outros R$ 3 milhões na conta, prontos para "serem transferidos".  As informações são do jornal Correio Braziliense

As investigações mostram a proximidade de Alex Antonio Trindade com Gleyb Ferreira da Cruz, homem de confiança de Cachoeira encarregado de coordenar as transferências de recursos do bando de instituições financeiras, brasileiras e internacionais, para empresas de fachada e beneficiários da quadrilha. Gleyb foi preso durante a Operação Monte Carlo, assim como o bicheiro, mas foi solto em junho.

Os agentes flagraram diversos contatos telefônicos da dupla, em fevereiro deste ano, parte deles tratando de remessas de dólares para o exterior. De acordo com a PF, Alex Antonio, Gleyb e Fábio chegaram a participar de uma teleconferência, em que Fábio afirma ter o número de uma conta no México e que "o dinheiro está em um cofre do banco". Na ocasião, ele pedia garantias para não ser preso ao fazer um depósito. Em outro contato, Alex Antonio e Fábio conversam a respeito de uma nova transação. Segundo a Polícia, Alex afirma que Fábio estava se fazendo de desentendido, já que "o dinheiro usado na transferência pertenceria ao deputado federal Celso Russomanno".

As informações constam no relatório da Superintendência da PF do Distrito Federal, relativo à Operação Monte Carlo, que apurou as relações de Cachoeira e aliados com políticos de diversas esferas e representantes de empresas privadas. O documento não esclarece, porém, qual é a origem do dinheiro nem para quem seria depositado. Também não informa se Russomanno é considerado suspeito. Além do monitoramento telefônico, a polícia interceptou mensagens eletrônicas enviadas e recebidas por Gleyb, comprovando crimes contra o sistema financeiro nacional e lavagem de dinheiro.

Transferências

As investigações dão conta de um esquema que consistia no envio de valores para fora do país e, em seguida, transferências para empresas de fachada e pessoas físicas no Brasil. "Nos e-mails (...) a Gleyb são encaminhados comprovantes de depósitos, em que coincidem nomes, contas e valores", esclarece o relatório da PF. O mesmo documento informa que as quebras de sigilos bancários de Gleyb e de outros comparsas investigados comprovam que eles não têm capacidade econômica para fomentar tais negociações e que "essas seriam realizadas em favor de Carlos Augusto de Almeida Ramos".
 

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