Guerrilheiro Virtual

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Máfia dos Uniformes: José Serra e duas cidades do ABCD envolvidas

Empresário do esquema afirma que a Máfia torce por Serra para continuar superfaturamento; Santo André e São Caetano não se pronunciam
 
A chamada “Máfia dos Uniformes”, investigada pela Polícia Federal por supostamente fraudar licitações em todo o Estado de São Paulo, está preocupada com a queda do candidato à Prefeitura da Capital, José Serra (PSDB), nas pesquisas. A revelação quem faz é o o ex-diretor de uma das empresas envolvidas, Djalma S. Silva, em entrevista à revista Isto É desta semana.

Na reportagem, Silva afirma que, caso o tucano seja derrotado, a Máfia correria o risco de perder o “esquema” armado dentro da administração de Gilberto Kassab (PSD), que garante, a três empresas, o controle da venda superfaturada de kits escolares à Prefeitura. “Acertamos (uma comissão de) 4%. Se o Serra ganhar, a gente paga; se for o Russomanno, tem que renegociar”, afirma Silva na entrevista à revista Isto É.

Além da Capital, Djalma garante que as prefeituras de Santo André e São Caetano também fizeram acordos com a Máfia dos Uniformes.

Empresário de 42 anos, natural de Pindamonhangaba, Interior de São Paulo, Djalma trabalhou como diretor-comercial, por mais de um ano, na Diana Paolucci, empresa investigada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público por integrar um cartel de fornecedoras de uniformes para escolas da rede pública.

De acordo coma revista Isto É, o empresário afirma que o esquema não apenas está ativo como envolve o pagamento de propina para integrantes da Prefeitura de São Paulo. O esquema teria sido orquestrado por Alexandre Schneider (PSD), quando ainda era secretário de Educação da Capital. Schneider, hoje, é o vice de Serra. A vitória do tucano seria a garantia de que o esquema continuaria.

O ponto de partida da investigação da suposta Máfia é um pregão realizado pela secretaria de Educação em janeiro de 2009. O objetivo da concorrência era comprar roupas para estudantes da rede municipal em “kits” compostos por camisetas, bermudas, meias, tênis, além de jaquetas e calças em tactel e helanca. A PF encontrou indícios de que o pregão foi manipulado num conluio entre as empresas Mercosul Comercial, Capricónio e Diana Paolucci S/A para controlar o limite dos lances.

O resultado foi a vitória da Mercosul com um preço unitário de R$ 117.

Naquele momento, porém, sempre de acordo com a Isto É, o secretário de Educação já estava de posse de uma pesquisa de mercado que indicava preços 46% abaixo dos praticados pela Mercosul, que numa licitação no Rio de Janeiro fez oferta de R$ 97,67 por kit. Caso tivesse aberto uma nova concorrência, Schneider poderia ter economizado cerca de R$ 33,5 milhões aos cofres públicos.

Tudo isso poderia ser apenas um eventual equívoco de gestão, mas a PF descobriu que um contrato mantido entre a Mercosul e o Banco do Brasil garantia que todos os valores depositados pela secretaria de Educação fossem redistribuídos nas contas bancárias da Capricórnio e da Diana Paolucci.

ABCD - As duas Prefeituras do ABCD citadas na reportagem da revista Isto É não se pronunciaram. A Administração comandada por Aidan Ravin (PTB), que também é candidato à reeleição, afirmou que irá se pronunciar apenas nesta quinta-feira (23/08). Já o prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior, também do PTB, não retornou à reportagem até o fechamento desta edição. (Com informações da revista Isto É) 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

”Sendo este um espaço democrático, os comentários aqui postados são de total responsabilidade dos seus emitentes, não representando necessariamente a opinião de seus editores. Nós, nos reservamos o direito de, dentro das limitações de tempo, resumir ou deletar os comentários que tiverem conteúdo contrário às normas éticas deste blog. Não será tolerado Insulto, difamação ou ataques pessoais. Os editores não se responsabilizam pelo conteúdo dos comentários dos leitores, mas adverte que, textos ofensivos à quem quer que seja, ou que contenham agressão, discriminação, palavrões, ou que de alguma forma incitem a violência, ou transgridam leis e normas vigentes no Brasil, serão excluídos.”