Rota disparou 61 tiros na invasão à chácara em Várzea Paulista, sendo que apenas dois bandidos revidaram
Os policiais militares da Rota dispararam 61 tiros contra os nove
integrantes da facção criminosa PCC mortos durante operação realizada na
terça-feira, em Várzea Paulista. Os dados constam no boletim de
ocorrência registrado na DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de
Jundiaí.
O documento aponta também que das armas apreendidas com os criminosos
(duas espingardas calibre 12, uma metralhadora, sete pistolas e quatro
revólveres) somente duas apresentavam cartuchos deflagrados. Ou seja,
apenas dois dos nove mortos atiraram.
Os dados contrariam a afirmação dada pelo governador Geraldo Alckmin, na última quarta-feira, de que “quem não reagiu está vivo”, já que nove pessoas morreram.
No local, segundo a polícia, era realizado um “tribunal do crime”, onde
Maciel Santana da Silva, 21 anos, havia sido “julgado” pela facção
criminosa por tentativa de estupro contra uma menina de 12 anos.
No documento, dos 45 PMs envolvidos, pelo menos 17 dispararam no mínimo
uma vez. Foram usadas 12 pistolas ponto 40 e cinco submetralhadoras.
Ainda, segundo o Boletim de Ocorrência, Maciel, mesmo sendo vítima de um
julgamento pelos demais bandidos, estava armado com uma pistola 9 mm,
com sete cartuchos íntegros. Na versão dos policiais militares, ele
ofereceu resistência e acabou sendo morto.
Príncipe
Iago Felipe Andrade Lopes, 20 anos, conhecido como Príncipe dentro do
PCC, era o principal contato dos criminosos de Jundiaí com a Capital.
Ele estava com um revólver 357 e foi morto com um único tiro, de acordo
com informações obtidas no Hospital da Cidade, de Várzea Paulista.
O líder da facção na região havia sido preso uma vez por roubo e
receptação, mas estava foragido. A polícia acredita que ele tenha sido o
responsável por organizar “o tribunal do crime”, já que era quem tomava
as decisões do PCC na região.
Príncipe morava em Campo Limpo Paulista, mas desde o começo do ano,
segundo informações do setor de inteligência da polícia, residia em um
apartamento no Cecap, em Jundiaí. Era de lá que comandava o tráfico de
drogas, além de roubos organizados pela facção.
Transferências
Dos cinco presos durante a operação, dois foram transferidos nesta
sexta-feira para um presídio de segurança máxima em Avaré, no Interior
do Estado. Segundo a polícia, Alex Sandro de Almeida, 30 anos, e Richard
de Melo Martelato, 24, pertencem ao alto escalão do PCC e, para evitar
tentativas de resgate, foram levados de Jundiaí.
Desde o dia do confronto, eles e outros três homens presos na chácara
foram levados para o CDP (Centro de Detenção Provisória) no Tijuco
Preto. O local chegou a receber um esquema especial de segurança.
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