Veja aqui o que o Partido da Imprensa Golpista (PIG- Partido da Imprensa Golpista) não mostra!
Como
disse o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, Marcos Valério é
“um jogador” e deve ser visto com cautela. Mas assim como o empresário,
Roberto Civita, da Abril, também decidiu jogar cartas e trucou ao
acusar Lula de ser o chefe do mensalão sem ter o Zap
Algoz dos chamados “mensaleiros”, o
procurador-geral da República, Roberto Gurgel não comprou a estória
relatada por Veja neste fim de semana, segundo a qual Marcos Valério
estaria espalhando a “interlocutores” próximos a tese de que Lula era o
verdadeiro chefe do mensalão. Gurgel disse que Valério é um “jogador” e
que suas declarações devem ser tomadas com cautela – ainda que o
advogado de Valério, Marcelo Leonardo tenha negado que seu cliente tenha
dado qualquer declaração a Veja.
Ocorre que Valério não é o único
“jogador”. Assim como ele, a revista Veja, de Roberto Civita, também
decidiu jogar cartas. O objetivo, evidentemente, é aniquilar o
ex-presidente Lula. E como numa partida de truco, Veja blefou sem ter o
Zap – a carta que derruba todas as outras. No caso concreto, o Zap seria
a fita com a entrevista de Marcos Valério. E a possibilidade de que
essa fita exista é remotíssima, praticamente nula.
A “existência” da fita, até agora, só foi
confirmada pelo jornalista Ricardo Noblat. Disse ele que Valério deu
entrevista a Veja e que, depois disso, diante da discordância do
advogado Marcelo Leonardo, ele teria recuado e pedido à direção da
revista Veja que a publicasse de forma indireta – atribuindo suas
declarações a terceiros.
Ocorre que, para que essa estória fosse
verdadeira, Valério teria que ter algum poder de pressão sobre Veja. Com
que argumento um empresário praticamente falido, à beira da prisão,
convenceria um jornalista e uma revista que caça Lula há oito anos a não
publicar uma entrevista tão bombástica? Seria impossível qualquer tipo
de acordo.
Se é assim, por que o PT ou os “petralhas”
(como diz Reinaldo Azevedo) então não pedem a fita? Por uma razão
bastante simples. Ninguém sabe, a esta altura do campeonato, qual é o
estado emocional de Marcos Valério, um empresário que serviu ao PSDB, ao
PT e que, em vez de ser recompensado, está prestes a ser preso. E por
muitos anos.
O truque de Veja foi simplesmente utilizar
uma das artimanhas mais manjadas do jornalismo – mas com uma audácia
inédita. O “disse a interlocutores próximos” sempre foi um recursos
utilizados por dois tipos de jornalistas: os que simplesmente inventam
“offs” e aqueles que, de boa fé, aproximam-se de fontes que possuem
informações relevantes, mas não podem se identificar. Só que, nestes
casos, as “declarações” não são colocadas entre aspas – e nem vendidas
aos leitores, na primeira página, como uma entrevista em “on”, com fita e
gravador.
A reportagem foi apenas a peça inicial de
um golpe engendrado. Uma entrevista inventada, tomada por verdade por
adversários de Lula na política e nos meios de comunicação, e que paira
no ar como o pretexto para uma futura ação judicial contra o
ex-presidente.
Um blefe. Uma trucada.
Mas sem o Zap.
Do Sintonia Fina
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