Dos 197 políticos fichas-sujas que recorreram à Justiça e mesmo barrados
disputaram a eleição a prefeito, 59 (quase um terço) foram os mais
votados de suas cidades. Se os recursos desses candidatos forem acatados
pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ou pelo Supremo Tribunal Federal
(STF), eles serão diplomados e poderão tomar posse em 2013.
Caso os recursos sejam negados ou não julgados neste ano, o segundo mais
votado tomará posse em janeiro. O juiz Márlon Reis, um dos autores da
minuta da Lei da Ficha Limpa, disse que os números comprovam a eficácia
da lei. "Muitos candidatos desistiram de concorrer porque sabiam que não
iam ser liberados", disse.
Sub judice, esses 197 políticos barrados receberam 1,1 milhão de votos,
de acordo com levantamento da Folha de S.Paulo. No caso dos 59 que ainda
podem tomar posse, foram 779,7 mil votos, todos registrados como
"nulos".
Entre eles, dois candidatos poderão disputar o segundo turno, caso seus recursos sejam acatados até o pleito.
Ficha suja de Osaco
Em Osasco (SP), Celso Giglio (PSDB), barrado por ter contas rejeitadas
pela Câmara Municipal, obteve 149,5 mil votos (divulgados como "nulos").
Ele pode disputar o segundo turno contra Jorge Lapas (PT), que teve
138,4 mil votos e aparece como vencedor do primeiro turno.
Em Petrópolis (RJ), o barrado Rubens Bomtempo (PSB) obteve 50,3 mil
votos e pode disputar o segundo turno contra Bernardo Rossi (PMDB), com
52,9 mil votos.
Até a antevéspera da eleição, segundo dados dos TREs tabulados pela
reportagem, a Justiça Eleitoral havia indeferido os registros de 476
candidaturas a prefeito.
Em 155 casos, os candidatos renunciaram após serem barrados. Outros 58
foram barrados e não recorreram. Os 64 restantes tiveram os registros
liberados, sendo que 31 deles foram eleitos.
Ficha suja eleita em Campos dos Goytacazes
É o caso de Rosinha Garotinho (PR), que venceu a disputa pela Prefeitura
de Campos dos Goytacazes (RJ). Apesar de ter sido barrada pelo TRE-RJ,
ela conseguiu na Justiça o direito de concorrer. Como a decisão do TSE é
de caráter provisório, ela ainda corre o risco de não assumir.
São considerados fichas-sujas, por exemplo, políticos cassados ou que
renunciaram para evitar a cassação, aqueles condenados em processos
criminais por decisão colegiada e os que tiveram contas de gestões
públicas rejeitadas.
No Vermelho
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