Com certeza a declaração
infeliz do Governador de São Paulo Geraldo Alckmin _"QUEM NÃO REAGIU
ESTÁ VIVO" e o voto da população em pessoas que defendem as ações
violentas da PM paulista, serviram de "estímulo" para que alguns se
considerem mais "liberados" para "atirar".
Por Estadão.com.br
Testemunhas afirmaram que os dois rapazes mortos pela Polícia Militar
em Embu das Artes, na Grande São Paulo, foram executados quando já
estavam rendidos. A versão oficial da corporação é a de que os dois
suspeitos atiraram contra os agentes das Rondas Ostensivas com Apoio de
Motocicletas (Rocam).
O Comando da PM informou que todos os casos de resistência à prisão
seguida de morte resultam na abertura de inquérito para apurar eventuais
abusos dos policiais. Esses casos são investigados pelo Departamento de
Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil.
A PM também informou que recebeu uma denúncia de que os dois homens
estavam roubando pedestres. Os soldados deram voz de prisão à dupla, que
não parou e atirou contra os PMs.
Os fugitivos caíram da moto na Rua Babilônia. Rodrigo Neves de
Oliveira, de 20 anos, morreu no local. "Os policiais viram que ele
estava caído e deram vários tiros na cara", disse um rapaz que mora
perto do local do confronto. André Felipe Oliveira Lima, de 16, foi
encaminhado ao hospital, mas não resistiu.
A polícia disse que apreendeu com a dupla dois revólveres, calibres
32 e 38, e uma bolsa, pertencente a uma mulher assaltada minutos antes.
No bairro, ambos eram conhecidos como "ladrões pés de chinelo".
Segundo as testemunhas, várias viaturas foram ao local e proibiram a população de ficar na rua, batendo nos que se recusavam a sair.
Execuções. Familiares e amigos das vítimas das outras pessoas
assassinadas durante a madrugada de ontem dão como certo de que as
mortes foram praticadas por policiais. "A polícia está matando e não
está matando só bandido. Estão indo na rua e matando qualquer um que
eles encontram pela frente", afirmou um rapaz, amigo de Fabio Julião
Santos, de 32 anos, e José Francisco Gomes, de 31, assassinados ontem.
A sobrinha de Ricardo Evangelista Pereira, de 31 anos, disse que ele
não tinha nenhuma relação com o crime. "Ele estava na frente de casa
conversando e não teve nenhuma chance de se defender", afirmou.
Colegas de batalhão do soldado Hélio Miguel Gomes de Barros, morto em
Taboão da Serra, disseram também acreditar que a morte do PM tenha sido
uma ação do crime para vingar outros casos de resistência seguida de
morte. "Tivemos vários casos de resistência neste ano. Todos de
criminosos. Foi um contra-ataque dessa guerra urbana", disse um PM no
enterro do colega.
Respostas. O comandante-geral da PM, Roberval França, disse ontem em
entrevista à rádio Estadão/ESPN que a sequência de mortes ocorridas na
Grande São Paulo poderia ser uma resposta de policiais à morte do
soldado de Taboão da Serra. "Ainda não é possível estabelecer conexões.
São várias linhas de investigação: disputa por pontos de tráfico de
drogas, reação à morte do policial", disse.
Sem dar detalhes, o comandante disse que o policiamento no Estado receberá "reforço".
O delegado Marco Antônio Dario, do DHPP, encarregado de todos os
casos, também informou que as investigações estão no início e não seria
possível estabelecer ligação direta entre os casos. Dario disse, no
entanto, que a morte do policial Barros e as mortes de Oliveira e Lima,
em Embu, ocorreram em horários muito próximos um do outro e, a
princípio, não tinham nenhuma conexão.
ARTUR RODRIGUES e BRUNO RIBEIRO
Do 007bondeblog
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