‘Pode ter uma ação para desviar o foco para a Câmara’, diz Donato
Ex-chefe de Governo afirma que ‘se afasta para defesa pessoal’, diz que investigação não é sobre ele e ataca antecessor
Estadão
via EsquerdopataQuando decidiu se afastar?
Ex-chefe de Governo afirma que ‘se afasta para defesa pessoal’, diz que investigação não é sobre ele e ataca antecessor
Estadão
via EsquerdopataQuando decidiu se afastar?
Decidi na hora do almoço. Conversei com o prefeito e falei que, para a
minha defesa pessoal, achava importante voltar para a Câmara, para me
defender plenamente das acusações infundadas que têm sido veiculadas e
das possíveis acusações que sejam construídas. Para o governo, isso
também é bom, porque retira o ruído político que poderia desestabilizar o
ambiente muito positivo de trabalho da Controladoria.
E como o senhor pretende se defender? Ainda não existem acusações formais contra o senhor.
Existe uma situação política criada em função de todos os grampos, de
ilações de relacionamentos que eu possa ter com os fiscais. Alguns eu
conhecia, mas procurei sempre colaborar com as investigações da
Controladoria. Do ponto de vista jurídico, ainda não tem nenhuma
acusação contra mim. Estou preparado para me defender de calúnias e
mentiras que sejam ditas.
A que o senhor atribui essas acusações? Qual era o seu relacionamento com os fiscais?
Acho que eles poderiam ter alguma expectativa, por me conhecer, por
terem colaborado na campanha do prefeito com estudos, com projeções...
Eles eram muito proativos, em particular o Ronilson (Rodrigues, apontado
como chefe do esquema). Talvez tenham criado uma expectativa de
proteção que não aconteceu. E pode ter algum ingrediente político que
ainda não consigo dimensionar. Pode ter uma coordenação política para
desviar o foco das investigações para a Câmara ou qualquer outro lugar.
Como seria esse uso político?
É uma investigação que tem desdobramentos políticos. É difícil
conceber que o (ex-) secretário (de Finanças) Mauro Ricardo, que é um
homem muito ligado ao (José) Serra (PSDB), não soubesse de um esquema
durante oito anos que ele ficou em cima (do gabinete). Em três, quatro
meses, a gente claramente identificou. Então, é evidente que tem um
conteúdo político e pode ter uma articulação política para tentar
envolver meu nome. Mas é uma possibilidade.
O Ministério Público diz que o foco da investigação vai de 2007 a 2012. Como o senhor avalia que acabou envolvido nisso?
É uma situação kafkiana, em que eu tenho de responder porque conheci (os fiscais). Está claro no processo todo que eu poderia tê-los ajudado e não os ajudei e é por isso que estou me afastando. Tem de ficar claro que a investigação não é sobre mim. É sobre o governo passado.
E o que muda com o senhor na Câmara?
Minhas opiniões serão minhas opiniões, não serão do governo. Isso é importante para ter liberdade para me defender. A Controladoria já deu frutos e é importante que continue forte.
Chegou a ter algum contato com os fiscais, após a denúncia?
Não, nenhum.
É uma situação kafkiana, em que eu tenho de responder porque conheci (os fiscais). Está claro no processo todo que eu poderia tê-los ajudado e não os ajudei e é por isso que estou me afastando. Tem de ficar claro que a investigação não é sobre mim. É sobre o governo passado.
E o que muda com o senhor na Câmara?
Minhas opiniões serão minhas opiniões, não serão do governo. Isso é importante para ter liberdade para me defender. A Controladoria já deu frutos e é importante que continue forte.
Chegou a ter algum contato com os fiscais, após a denúncia?
Não, nenhum.
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