Propina do cartel pode chegar a R$ 197 mi
Para
compartilhar esse conteúdo, por favor utilize o link
http://www1.folha.uol.com.br/poder/2014/02/1408746-propina-do-cartel-pode-chegar-a-r-197-milhoes.shtml
ou as ferramentas oferecidas na página. Textos, fotos, artes e vídeos
da Folha estão protegidos pela legislação brasileira sobre direito
autoral. Não reproduza o conteúdo do jornal em qualquer meio de
comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização da Folhapress
(pesquisa@folhapress.com.br). As regras têm como objetivo proteger o
investimento que a Folha faz na qualidade de seu jornalismo.
Em depoimento sigiloso à PF, delator do esquema afirma que
suborno variava de 5% a 9% do valor dos contratos
Acusado de receber dinheiro, secretário de Alckmin nega
acusação e afirma que relato de conversa é mentiroso
FLÁVIO FERREIRA MARIO CESAR CARVALHO DE SÃO PAULO
A propina paga pelo cartel de empresas acusado de fraudar
licitações do Metrô e da CPTM pode chegar a R$ 197 milhões, segundo depoimento
sigiloso da testemunha-chave da investigação, o ex-diretor da multinacional
Siemens Everton Rheinheimer.
A Folha obteve a íntegra do depoimento que o executivo deu à
Polícia Federal, em que ele aponta três secretários do governo Geraldo Alckmin
(PSDB) como destinatários de propina e detalha percentuais pagos pelo cartel.
Segundo ele, a Siemens e seus parceiros pagaram 9% para fornecer
trens à linha 5 do Metrô em 2000, um contrato de R$ 1,57 bilhão, em valores
atualizados. Se o percentual estiver correto, a propina paga só nesse caso
teria alcançado R$ 141 milhões.
O executivo disse à PF que informou esses percentuais na
época ao então deputado estadual Rodrigo Garcia (DEM), presidente da Comissão
de Transportes da Assembleia Legislativa do Estado, e concluiu que ele,
"por lógica, também recebia valores oriundos da propina paga".
Garcia, hoje secretário do Desenvolvimento Econômico em São
Paulo, nega ter mantido a conversa narrada por Rheinheimer (leia ao lado).
O executivo depôs no ano passado após um acordo com o
Ministério Público Federal, em que se comprometeu a colaborar com as
investigações e revelar o que sabe sobre a prática de corrupção por
fornecedores do Metrô e da CPTM. Em troca, ele poderá sair do processo sem
punição.
O caso foi encaminhado no ano passado ao STF por causa das
acusações a Garcia e outros dois auxiliares de Alckmin, o chefe da Casa Civil,
Edson Aparecido (PSDB), e o secretário de Energia, José Aníbal (PSDB). Eles são deputados
federais e por isso só podem ser investigados com autorização do STF.
Ao encaminhar o caso ao Supremo, o juiz federal Marcelo
Cavali classificou como frágeis os indícios de que eles receberam propina. No
atual estágio das investigações, a única coisa que existe contra os três é o
depoimento de Rheinheimer. O STF espera um parecer da Procuradoria-Geral da
República para decidir o que fazer com o caso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
”Sendo este um espaço democrático, os comentários aqui postados são de total responsabilidade dos seus emitentes, não representando necessariamente a opinião de seus editores. Nós, nos reservamos o direito de, dentro das limitações de tempo, resumir ou deletar os comentários que tiverem conteúdo contrário às normas éticas deste blog. Não será tolerado Insulto, difamação ou ataques pessoais. Os editores não se responsabilizam pelo conteúdo dos comentários dos leitores, mas adverte que, textos ofensivos à quem quer que seja, ou que contenham agressão, discriminação, palavrões, ou que de alguma forma incitem a violência, ou transgridam leis e normas vigentes no Brasil, serão excluídos.”