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sábado, 30 de julho de 2011

O uso político da imprensa

Na última sexta (22), o Jornal O Estado de São Paulo fez mau uso do jornalismo, ao trazer uma matéria tendenciosa aos seus leitores sobre a BR 448 no Rio Grande do Sul e a construção de moradias para as famílias que viviam no local por onde está sendo construída a rodovia.

Na corrida por manchetes, o Jornal Estado de São Paulo elaborou um grande factóide: “Petista do Dnit liberou R$ 30 milhões para prefeito aliado construir casas”.

No texto, o Jornal O Estado de São Paulo, sob tom de denúncia, tratava por irregularidade as exigências feitas pelo Governo Yeda Crusius para a construção da BR 448 no Rio Grande do Sul. Entre elas, a licença ambiental elaborada pela FEPAM, que só autorizaria a obra a partir da remoção com segurança das famílias da Vila Dique, local por onde passará a rodovia. O DNIT fez o repasse dos recursos para a Prefeitura de Canoas, que cedeu as áreas para a construção das novas residências.
Com um jornalismo superficial, sem comprometimento com a informação e por falta de conhecimento, o Jornal O Estado de São Paulo agiu de má-fe ou deixou-se manipular e usar politicamente, algo imperdoável no meio.

Dizia: “O dinheiro do contrato, celebrado em 2010 pelo prazo de dois anos, não é para melhoria de estradas. É destinado à construção de 599 unidades habitacionais para 2 mil sem-terra que ocupam a chamada "Vila do Dique", um terreno próximo à construção da BR-448, obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que liga Porto Alegre a outras cidades gaúchas. Dos R$ 30 milhões previstos, R$ 28 milhões são do Dnit”.

O que o Jornal O Estado de São Paulo omitiu é que a própria Constituição Federal previu a desapropriação nos casos de “necessidade ou utilidade pública” e “interesse social”. Aliás, talvez saiba sim! Talvez o equívoco tenha ocorrido por falta de disposição em sair do ar-condicionado das modernas redações e procurar conhecer mais de perto a realidade dos brasileiros. Hoje, as matérias são feitas por telefones, emails, a quilômetros de distância. E os eventuais equívocos não são por culpa dos avanços tecnológicos.

Ao ignorar alguns dos princípios básicos do jornalismo, como falta de apuração criteriosa e ao omitir de seus leitores o outro lado da história, para que os próprios fizessem suas análises, e não os induzindo a certas conclusões, o Jornal O Estado de São Paulo fez o que o próprio jornal e a grande imprensa brasileira vivem condenando: a falta de transparência e a omissão de quem pode contribuir para uma melhor formação no país.

 
Veja a verdade:

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