O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli de Azevedo, apresentou na última quarta-feira (17/08) o Plano de Negócios 2011-2015 da Companhia em audiência pública na Comissão de Minas e Energia, na Câmara dos Deputados, em Brasília.
Gabrielli detalhou os investimentos da Petrobras de US$ 224,7 bilhões, sendo que a maior parcela, 57%, será destinada para a área de exploração e produção. Ele destacou que a capacidade de produção de petróleo da Companhia no Brasil triplicará em dez anos, passando dos 2.772 mil barris/dia atuais para 6.418 mil barris dia em 2020. “A participação do Pré-Sal na produção de petróleo na Petrobras no país vai passar de 2% em 2011 para 18% em 2015 e para 40,5% em 2020”, explicou.
O Plano prevê, ainda, uma mudança em relação ao mercado internacional. Em 2020, o Brasil exportará 2.317 mil barris por dia, o que equivale a toda a produção nacional atualmente.
Derivados – Estão previstos também grandes investimentos na área de refino, representando 31% do total do Plano, que incluem a otimização nas refinarias atuais, visando a melhoria dos processos e da qualidade dos produtos, e a construção de quatro novas refinarias, que deverão entrar em produção até 2020, tornando o Brasil autossuficiente na produção de derivados de petróleo. “O Brasil já é hoje autossuficiente na produção de petróleo, pois produz 2,1 milhões de barris por dia e utiliza 1,8 milhões de barris. Mas nunca dissemos que o Brasil era autossuficiente em derivados, isso porque há 20 anos não se constrói novas refinarias”, explicou.
A construção de novas refinarias e plataformas vai promover uma grande demanda por mão de obra e fornecedores. Quanto aos recursos humanos diretos da Petrobras, Gabrielli mostrou tranquilidade, porém disse que é preciso esforço para aumentar a capacitação de pessoas para atendimento à cadeia de fornecedores. Segundo ele, boa parte dos fornecedores terá dificuldade em obter mão de obra qualificada suficiente para atender à demanda de investimentos da Companhia. Por isso, a Petrobras está investindo também na qualificação profissional. Desde o início do ano passado 78.402 profissionais já foram qualificados, porém a necessidade de recursos humanos chegará a 212.638 trabalhadores até 2014.
Etanol – A Petrobras está aumentando a produção de álcool e vai crescer de 5,3% da produção que controla hoje para 12% até 2015. “Hoje temos participação na São Martinho e na Guarani, temos participação também na Total, e podemos aumentar essa participação em outras áreas, podemos ampliar investimentos nessas empresas e construir plantas novas, todas as possibilidades existem”, disse Gabrielli.
Ao ser questionado sobre os problemas recentes em relação ao álcool, pela elevação do preço da gasolina, Gabrielli explicou que foi uma coincidência entre uma crise climática no Brasil, que é produtor de etanol, com a crise climática na Índia, que é produtora de açúcar. “Como o preço do açúcar subiu, os produtores passaram a produzir mais açúcar do que álcool. Ao mesmo tempo em que isso ocorreu, a demanda de gasolina aumentou porque o Brasil aumentou a frota e ao aumentar a demanda de gasolina, houve um aumento da demanda de anidro, que é misturado na gasolina. Isso fez com que os preços do álcool subissem e os consumidores por consequência trocaram o álcool por gasolina, aumentando a demanda por gasolina em 19,5% no ano de 2010”, disse.
Sobre a necessidade de medidas de estocagem para regular o mercado, Gabrielli disse que acredita que o grande problema não está no estoque, mas na quantidade de cana plantada.
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