Governador contou uma versão em seu depoimento na CPI; assessoria contou outra
O governador de Goiás, Marconi Perillo, no intervalo de seu depoimento à CPI do Cachoeira O Globo / André Coelho |
BRASÍLIA - O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e sua assessoria entraram em contradição sobre a quitação da casa no condomínio Alphaville, em Goiânia, vendida para o professor Walter Paulo Santiago e que estava sendo ocupada por Carlinhos Cachoeira, quando foi preso, em fevereiro deste ano.
A casa fora adquirida por Perillo e sua mulher, Valéria Peixoto Perillo, em 22 de novembro de 2006. Na época, de acordo com os documentos do 4º Cartório de Goiânia, Perillo pagou R$ 202 mil com recursos próprios e financiou R$ 348 mil. O imóvel custou R$ 550 mil e foi adquirido do casal Waldir Lourenço de Lima e Maria Inês Nunes. O financiamento da Caixa Econômica Federal (CEF) deveria ser pago em 15 anos, com prestação inicial de R$ 6.709,82. Em 18 de março do ano passado, o governador liquidou o financiamento.
Na terça-feira, ao depor na CPI do Cachoeira, Perillo repetiu a história de que o ex-vereador Wladimir Garcez adquiriu a mansão e, como pagamento, lhe deu três cheques, totalizando R$ 1,4 milhão. Os cheques pertenciam à confecção Excitant, e foram assinados pelo sobrinho de Cachoeira, Leonardo Ramos. O governador também afirmou que utilizou o primeiro cheque para quitar o financiamento.
— Vale registrar, senhores e senhoras senadores e deputados, que boa parte, aliás, a maior parte dos recursos que pagaram essa casa era oriundo de empréstimo que fiz junto à Caixa Econômica Federal, e que só foi quitado definitivamente quando recebi os cheques — declarou Marconi na terça-feira.
No entanto, quando O Globo publicou reportagem questionando a quitação do financiamento, em 11 de maio, a assessoria disse, por meio de email, que “a quitação da casa foi feita com recursos de venda de bens e empréstimos. Tudo devidamente declarado no Imposto de Renda exercício 2011.”
Nesta quarta-feira, confrontada com a versão de Marconi, a assessoria deu outra versão. “Em 10 de maio, sem acesso naquele momento ao governador, recorri à memória de Lúcio Fiúza para responder a uma pergunta que você me fazia, e informei que a quitação da casa se dera com a venda de bens e empréstimos. Hoje, ao apresentar esta sua nova pergunta ao governador Marconi Perillo, soube que, na verdade, a quitação se deu com os recursos advindos da venda de um bem imóvel, isto é, a própria casa”, informou a assessoria.
No O Globo
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