Se você não leu a parte I, clique aqui e confira Os segredos do tucanoduto. Civita acusa: 'Serra me usou como um boy de luxo. Mas agora vai todo mundo para o ralo'. Ou então, prossiga:
Com a segurança de quem transitava com desenvoltura pelos gabinetes oficiais, inclusive os palacianos, e era considerado um parceiro preferencial pela cúpula tucana, o presidente do Grupo Abril e da revista Veja Roberto Civita afirma que, primeiro FHC, mas, depois e até hoje, Serra “comandava tudo". Em sua própria defesa, diz que como operador das reportagens encomendadas contra o PT não passava de um “boy de luxo" de uma estrutura que tinha o então presidente e seu candidato no topo da cadeia de comando. "FHC era o chefe, hoje é Serra”, repete Civita às pessoas mais próximas.
Com a segurança de quem transitava com desenvoltura pelos gabinetes oficiais, inclusive os palacianos, e era considerado um parceiro preferencial pela cúpula tucana, o presidente do Grupo Abril e da revista Veja Roberto Civita afirma que, primeiro FHC, mas, depois e até hoje, Serra “comandava tudo". Em sua própria defesa, diz que como operador das reportagens encomendadas contra o PT não passava de um “boy de luxo" de uma estrutura que tinha o então presidente e seu candidato no topo da cadeia de comando. "FHC era o chefe, hoje é Serra”, repete Civita às pessoas mais próximas.
A afirmação se choca com todas as versões apresentadas por
Serra desde que o livro “A Privataria Tucana”, de Amaury Ribeiro, foi lançado,
de que tudo era “lixo, lixo, lixo”.
A ira de Roberto Civita desafia a defesa clássica do
ex-presidente FHC de que não sabia do Tucanoduto e nada teve a ver com o
esquema arquitetado em seu primeiro mandato para sua reeleição. “Todo mundo
sabe que ele comprou a emenda de sua reeleição. Sem contar os escândalos na
área da saúde, comandada por Serra. E mais a lista de Furnas, a privataria, o
Banestado, o Proer”...
Amigos contam que o que mais deprime Civita é a situação
quase falimentar do Grupo Abril. A Veja se sustenta com anúncios. Para obtê-los
deve produzir edições com tiragens de mais de um milhão de exemplares, que não
se pagam com as assinaturas e vendas nas bancas. “Estamos queimando a casa
[Grupo Abril – Nota do Blog] para produzir lenha para a Veja. Até cópia xerox,
proibi na empresa”.
A rota de fuga de Serra evoluiu mais tarde para a negação
completa, com a tese nefelibata de que a privataria tucana nunca
existiu, tendo
sido apenas uma armação do PT para chegar ao poder. A narrativa de
Civita
coloca Serra não apenas como sabedor de tudo o que se passava -
Sanguessugas,
Vampiros, Proer, Banestado, Privataria -, mas no comando das
operações."Há até um vídeo na internet em que FHC confirma isso" [o
vídeo é este aqui - Nota do Blog].
“O chefe é Serra. O objetivo era colocá-lo na presidência e
Demóstenes [ex-senador cassado Demóstenes Torres, que também foi expulso do DEM
– Nota do Blog] no Supremo. Com Demóstenes e Gilmar Mendes lá, o Brasil seria
nosso”. No entanto, Demóstenes foi derrubado por operação da PF e Serra mais
uma vez derrotado na luta pelo Planalto. “Agora, nem a prefeitura. Nossa
salvação seriam os livros didáticos que ele colocaria nas escolas. Mas, agora,
nem isso”...
Civita não esconde que se encontrou com Serra diversas vezes
no Palácio do Planalto. Ele faz outra revelação: “Do FHC ao Serra era só descer
a escada. Isso se faz sem marcar. Ele dizia vamos lá embaixo, vamos”. A frase
famosa e enigmática de José Serra — "Tudo que eu faço é do conhecimento de
FHC” — ganha contornos materiais depois das revelações de Civita sobre os
encontros em palácio. Roberto Civita reafirma que pode acabar nas barras do Supremo
Tribunal, mas faz uma sombria ressalva. “Não podem condenar apenas os
mequetrefes. Só não sobrou para o Serra porque eu, o Paulo Preto e o FHC não
falamos”, disse na semana passada a um dos únicos amigos do bar da periferia
que tem freqüentado anonimamente.
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